Explicaê

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 Valéria Peixoto de Alencar*  

 

Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação  

Descendente de italianos, Lívio Abramo (1903-1992) nasceu em Araraquara. Em São Paulo, frequentou teatros, exposições e conferências artísticas. Estudou no Colégio Dante Alighieri quando começou a se interessar por desenho. Sempre sonhou em ser arquiteto, mas não conseguiu concluir os estudos.  

   

Lívio Abramo tornou-se artista por conta própria - autodidata. Conheceu as gravuras de Oswaldo Goeldi e, quando tinha 27 anos, visitou uma exposição de gravuras dos   expressionistas alemães, em São Paulo. Ao sentir a força das gravuras de Kathe Kollwitz e demais artistas, decidiu fazer o mesmo.  

   


Início da carreira do artista

 Abramo conta sua experiência: "ao sair dessa exposição, fui para casa, peguei uma gilete e um pedaço de madeira e fiz minha primeira gravura". Ao lado de Goeldi, Abramo é considerado o introdutor da gravura moderna no Brasil.  

 

Num período de dificuldades financeiras, trabalhou fazendo desenhos de moda, cartazes de propaganda, pintura de anúncios e cenários de teatro e cinema. Engajou-se no Partido Comunista Brasileiro, com o qual rompeu.  

   

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As fases do artista

 Entre de 1935 até 1938, morou numa vila operária no Brás e a temática de suas gravuras e desenhos era sempre social. Essa sua primeira fase se caracteriza por forte influência expressionista, como se pode ver em Operário, no alto.  

   

A temática, a maneira de gravar e os traços fortes são característicos do expressionismo.  

 

Durante o período da   Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a intensa atividade política o afastou de seus trabalhos artísticos. Tornou a desenhar e gravar em 1947 quando foi convidado para ilustrar o livro "Pelo Sertão" de   Afonso Arinos, o que fez com que se voltasse para temas relacionados à paisagem do Brasil.  

   

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   Sua última fase é o período em que ocorre um amadurecimento artístico, quando ele cristaliza melhor sua linguagem gráfica, já valorizada pelos claros e escuros. Lívio Abramo faz uma série de gravuras sobre o Rio de Janeiro e uma série sobre festas em que procurava mesclar o que tinha visto na Europa com as festas populares brasileiras.  

   

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 Foi convidado pelo Itamaraty a integrar a Missão Cultural Brasil-Paraguai. Em 1962, mudou-se para o   Paraguai e dirigiu, até 1992, o Setor de Artes Plásticas e Visuais. É fundador do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai.  

   

  Faceta expressionista:  

É quando a expressão artística toma aspecto de crítica social; as figuras são deformadas, as cores contrastantes e as pinceladas vigorosas, rejeitando todo tipo de comedimento. Retoma as artes gráficas, especialmente a xilogravura, devido ao interesse pela arte primitiva. Essa poética encontra sua tradução em motivos retirados do cotidiano.  

  http://educacao.uol.com.br/artes/ult1687u32.jhtm  

   

Converse com a turma sobre o tema "gravura" e peça que pesquisem a respeito do assunto em livros, revistas, jornais e sites na internet, observando o contraste de luz e sombra. Abra um espaço para compartilharem o material pesquisado, compartilhe também o texto acima e direcione a análise das imagens de acordo com o tema luz e sombra.

   

Proponha aos alunos que façam uma gravura utilizando como matriz um pedaço de acetato, que pode ser uma transparência de retroprojetor ou aproveitamento de embalagem. Para gravar sobre o acetato eles poderão usar um objeto metálico com ponta, como por exemplo, uma agulha. Peça para os alunos fazerem um desenho em folha de papel sulfite e colocar por baixo do acetato. Lembre os alunos que o local onde eles sulcarem o acetato será o local onde ficará mais claro e os espaços não trabalhados com a agulha ficarão mais escuros, um efeito em negativo. Depois é só passar tinta gauche bem espessa com rolo de espuma sobre o acetato, colocar uma folha de papel sulfite branca, pressionar com um pedaço de tecido e movimentos regulares e tirar a folha.  

   

Combine com a turma uma mostra dos trabalhos no espaço cultural da escola.