Explicaê

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A luz é um elemento fundamental na pintura e aprender a observá-la através do exercício do desenho é uma parte importante do ensino de arte.

 

 

Pintores como Monet têm luz e movimento

     

Valéria Peixoto de Alencar*  

Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação  

   

Tente descrever o quadro abaixo, um dos clássicos de   Monet.  

   

  Note que não é possível ver os detalhes das pessoas, dos barcos, nem da paisagem que são retratados, embora tais elementos possam ser identificados, e seja possível perceber o efeito de luz e sombra.  

A combinação de cores e pinceladas nesse quadro de Monet dão apenas uma "impressão" dessa paisagem, daí o nome do quadro.  

 

Ao olhar uma obra impressionista de perto, veem-se apenas pinceladas separadas que parecem manchas sem contorno. Vistas de longe, as pinceladas organizam-se para os nossos olhos criando formas e luminosidade.  

 

Foi essa tela de Monet que inspirou o crítico de arte Louis Leroy para denominar o movimento artístico: impressionismo. Era uma forma de menosprezar esse tipo de pintura que não seguia os padrões estabelecidos pela academia e sua pintura realista.  

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Impressão: o Nascer do Sol", de Monet (1874)


  Luz e movimento

 Os artistas impressionistas não tinham mais interesse em temas ligados à nobreza, à igreja, ou em produzir retratos fiéis à realidade. Queriam ver o quadro como obra em si mesma. Um dos motivos de tais questionamentos teria sido a   invenção da fotografia. A lógica era: para que fazer quadros que copiem a realidade de maneira exata, se para isso já existe a fotografia?  

 

Não foi à toa que a primeira exposição dos impressionistas deu-se na casa de um dos   pioneiros da fotografia, Félix Nadar. A técnica da fotografia também abrange o estudo da luz, uma das principais preocupações dos artistas impressionistas.  

 

Além da luz, o movimento percebido pelas pinceladas soltas também é elemento crucial dessa pintura. Interessados pela natureza, os impressionistas procuravam captar em suas telas o efêmero e o fugaz da vida ao ar livre.  

 

Em seus quadros podem-se ver o movimento das águas, os reflexos da luz, a dissolução das imagens, a fumaça de um trem que chega à estação, o nevoeiro sobre um rio, a indefinição no contorno das figuras que se mexem no palco, no baile, na relva. A ideia é pintar o que não pode se repetir, um determinado instante.  

   

  O Salão dos Recusados  

Toda essa inovação na forma de pintar teve início com Édouard Manet (1832-1883), que não se considerava um impressionista. Ele utilizou em suas obras cores vibrantes e luminosas, abandonando o método acadêmico de suaves gradações de cores.  

   

   

Em 1863, ao ter duas telas recusadas para participar do Salão Oficial dos Artistas Franceses, Manet, com outros artistas, organizou uma mostra paralela à oficial, o Salão dos Recusados.  

 

Depois desse salão, vários artistas, entre eles   Renoir, Degas, Pissaro, Cézanne, Monet e Morisot, passaram a organizar suas próprias exposições (1874-1886).  

 

Na reprodução da tela acima, pode-se observar a preocupação de Manet em registrar Claude Monet, seu contemporâneo, pintando ao ar livre. O quadro contém o que se denomina metalinguagem, ou seja, uma linguagem que fala de si mesma - no caso, a pintura que fala da própria pintura.  

   

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Claude Monet Pintando Em seu Barco-Estúdio", de Manet (1870)


      Experimente você mesmo!  

Claude Monet pintou o Parlamento de Londres em diferentes momentos do dia, com diferentes luminosidades.  Observar:

   

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 Observe um objeto próximo à janela, no quintal, no jardim e desenhe-o em diferentes horários, notando a diferença de intensidade da luz. Você também pode fazer essa experiência fotografando.  

 

Para ter uma obra no estilo impressionista, você deve fazer o desenho sem linhas de contorno. Varie também nas cores!  

      *Valéria Peixoto de Alencar' é historiadora formada pela USP e cursa o mestrado em Artes no Instituto de Artes da Unesp

     *Valéria Peixoto de Alencar é historiadora formada pela USP e cursa o mestrado em Artes no Instituto de Artes da Unesp.  

    http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u13.jhtm  


Converse com a turma sobre o tema e peça que pesquisem sobre a luz e sombra em livros, revistas, jornais e sites, abra uma roda de discussão para os alunos poderem compartilhar as informações descobertas nas pesquisas, aproveite para compartilhar o texto acima e promova uma leitura das imagens contidas no texto e das imagens apresentadas pelos alunos, com foco na luz e sombra.

   

Proponha aos alunos que façam desenhos de observação. Podem ser figuras simples: por exemplo, a borracha, ou uma cadeira da sala de aula, ou ainda pode-se utilizar desenhos prontos, apenas contornados. Depois, os alunos devem preocupar-se com a luz e a sombra dos desenhos. Não é para colorir. Deve-se utilizar apenas lápis preto ou caneta esferográfica fazendo hachuras que - por vezes mais esparsas e por outras mais densas - dão o efeito claro-escuro.  

   

Ao final da atividade monte um painel com os trabalhos na sala de aula.