(PUC-SP) “As fugidias confissões que os inquisidores tentavam arrancar dos acusados proporcionam ao pesquisador atual as informações que ele busca – claro que com um objetivo totalmente diferente. Mas, enquanto lia os processos inquisitoriais, muitas vezes tive a impressão de estar postado atrás dos juízes para espiar seus passos, esperando, exatamente como eles, que os supostos culpados se decidissem a falar das suas crenças.”
Carlo Ginzburg. O fio e os rastros. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 283-284. Adaptado.
O texto aponta semelhanças entre a expectativa do inquisidor, que colhia os depoimentos daqueles que eram julgados pelo Santo Ofício, e a expectativa do pesquisador, que, séculos depois, analisa os processos inquisitoriais. O “objetivo totalmente diferente” de cada um deles pode ser assim caracterizado: