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Ana Maria e Maria Cristina são colegas de colégio em Florianópolis, em Santa Catarina, ao sul do Brasil. Nas férias de fim de ano, o pai de Ana Maria foi fazer uma pesquisa com plantas medicinais em uma aldeia do interior da Guiné-Bissau, na África, e levou toda a família: a esposa e seis filhos. De lá, Ana Maria escreveu para Maria Cristina.
Leia uma das cartas que Maria Cristina escreveu para Ana Maria e responda
Querida amiga Naná,
Todo dia perguntava ao porteiro se tinha carta para mim. Não sabia que ia demorar tanto! Contei, aqui em casa, sobre os cabelos das meninas daí, disse que a gente ia fazer igual e criar códigos. Mas vi que puxei ao lado alemão da família da minha mãe, cabelo fininho e liso, que não dá para prender nada. Caio é sortudo, porque puxou meu pai, moreno, cabelo mais grosso e crespo. Que droga! Mas meu padrasto disse que muitas meninas e mulheres usam turbantes. Você viu isso? Você já usa? A gente podia inventar códigos pros nossos turbantes!
Nossa, eu fiquei pensando... se tudo é tão diferente aí, não tem lanchonete? Nem supermercado? Shopping? Nadinha? O que vocês fazem? Na internet, vi que eles plantam muito arroz. Achei legal as mulheres cuidarem do arrozal e se protegerem do sol e da chuva com folhas de palmeiras. Mas é só isso que vocês comem aí?
Esta semana vou para o sítio da vovó Djanira. Já estou com saudades!
Beijos,
Cris
P.S.: Eu vi os meninos lá embaixo, mas “ele” não estava...
YUNE, Virgínia Maria & LEITE, Maria Isabel. Cartas entre Marias – uma viagem à Guiné-Bissau. São Paulo: Evoluir Cultural, 2009.
Fazem parte da estrutura de uma carta: