Cadernos
Leia o texto a seguir e responda a questão.
A pobreza provoca a violência na África ou a África é pobre por ser violenta?
Há décadas o continente africano é vítima de uma coincidência dramática: conflitos armados e pobreza. Como as guerras não estão presentes em todos os contextos de miséria, conclui-se que a pobreza nem sempre é capaz de causar conflitos violentos por si só. Apesar disso, deve ser observada como uma causa, ela contribui de maneira decisiva para que as guerras aconteçam.
No decorrer de vários conflitos na África, porém, os combatentes empregaram táticas de guerra, como o recrutamento de crianças, a servidão sexual, as mutilações de civis, o deslocamento forçado e a limpeza étnica. Quando rebeldes voltam-se contra a própria população, torna-se evidente que há outros fatores envolvidos, além da luta contra a marginalização.
As causas fundamentais desses conflitos estão, em geral, relacionadas à fraqueza dos governos. Uma cultura de violência na política ainda marca os jovens Estados africanos, herdeiros do domínio colonial europeu.
É interessante notar que na África há um paradoxo entre a pobreza do povo e a riqueza da terra. Ao mesmo tempo em que o continente concentra os piores índices de desenvolvimento humano, também tem reservas de extraordinárias riquezas naturais, como petróleo, diamantes, ouro, cobre e cobalto. Parte dessas riquezas foi drenada para financiar a violência contra as próprias populações africanas como, por exemplo, os diamantes de sangue de Angola, Congo e Serra Leoa. Outra parte enriqueceu grandes investidores estrangeiros, com as bênçãos de governos instáveis e corruptos.
Conflitos prolongados e de difícil solução, como é o caso dos países que compõem o Chifre da África, não só causaram mortes, mas também pioraram as condições de vida dos sobreviventes. Dessa forma, percebe-se claramente a correlação entre miséria e conflitos armados: ao mesmo tempo em que a miséria consiste em uma causa profunda de guerras, também é intensificada pelas práticas de extrema violência, num ciclo vicioso dos mais cruéis.
Denise Galvão é mestra em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Grupo de Análise de Prevenção de Conflitos Internacionais da Universidade Cândido Mendes.
http://super.abril.com.br/revista/244a/materia_especial_261577.shtml?pagina=1
a) Quais são os dois problemas que atingem a África há décadas?
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A Caravana do Oriente, que descreve os preparativos para uma Folia de Reis. Neste festejo, que faz parte das tradições natalinas em várias cidades do Brasil, as pessoas dançam, cantam, tocam instrumentos e se fantasiam de personagens como os reis magos.
A PARTIDA DA CARAVANA FÁBIO SOMBRA
A véspera de Natal foi um dia de grande agitação na fazenda do tio Juca. Desde cedo começaram os preparativos para o início da jornada da Caravana do Oriente. Sobre a cama do quarto do fazendeiro, podiam se ver as capas vermelhas, as três coroas, a bandeira e os instrumentos. Lucila, Carlinhos e Frederico aguardavam agitadíssimos por sua primeira visita de Reis. Na cozinha, Natalina se esmerava no preparo de um leitão à pururuca para a ceia de Natal, que seria realizada na mesa da sala, com presença do dono da casa e de todos os empregados da fazenda. Lá para as sete da noite, os trabalhadores começaram a chegar, acompanhados por suas famílias. Logo depois apareceram o Mané da Zica e o compadre Geraldinho. Vinham impecáveis, com suas camisas brancas de mangas compridas e os sapatos brilhando de tão bem engraxados. À meia-noite em ponto, foi servida a ceia. Aos pés da árvore de Natal do tio Juca, havia presentes para todos (...). Terminada a festa, os convidados foram saindo para o terreiro e se reuniram em animadas rodinhas de bate-papo. Enquanto isso, tio Juca, os jovens e os demais integrantes da Caravana dirigiam-se para o quarto e trataram de se preparar para a folia. Este ano os três Reis seriam representados por tio Juca e seus companheiros, Mané da Zica e compadre Geraldinho. Os três vestiram suas capas e ajustaram as coroas na cabeça. Frederico repassou a afinação do violão, ao mesmo tempo em que Carlinhos fazia ajustes na correia de sua caixa de folia. Enquanto isso, Natalina ajudava Lucila a dar os últimos retoques na decoração da bandeira, amarrando ao mastro um arranjo de rosas brancas e vermelhas colhidas naquela mesma tarde. Quando ficaram prontos, os foliões se dirigiram à varanda. Foram recebidos pelo povo que os aguardava lá fora com aplausos e vivas. (...) Ao descer para o terreiro, os foliões foram cercados pela multidão e os músicos puxaram uma bonita toada. (...) Debaixo de aplausos e foguetes, a Caravana foi caminhando em direção à estrada. A bandeira, sob os cuidados de Lucila, era beijada e tocada por todos, seguindo uma antiga tradição que diz que as bênçãos dos Reis recairão sobre todos os que tiverem contato com a bandeira de uma folia. Antes de iniciar sua jornada, os foliões cantaram versos sobre a estrela que guiaria os Reis Magos até o local do nascimento do Menino. (...) Depois silenciaram seus instrumentos, pois, como reza a tradição, folia nenhuma deve cantar enquanto caminha. Revista Ciência Hoje para as Crianças. Ano 22, n. 208, dez. 2009. p. 10-11.
Explique o significado das palavras ou expressões destacadas.
- a) Na cozinha, Natalina se esmerava no preparo de um leitão à pururuca para a ceia de Natal.
- b) Logo depois apareceram o Mané da Zica e o compadre Geraldinho. Vinham impecáveis, com suas camisas brancas de mangas compridas e os sapatos brilhando de tão bem engraxados.
- c) Terminada a festa, os convidados foram saindo para o terreiro e se reuniram em animadas rodinhas de bate-papo.