Explicaê

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(FMP) Somos todos poetas

Assisto em mim a um desdobrar de planos.

as mãos veem, os olhos ouvem, o cérebro se move,

A luz desce das origens através dos tempos

E caminha desde já

Na frente dos meus sucessores.

Companheiro,

Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo da tua alma.

Sou todos e sou um,

Sou responsável pela lepra do leproso e pela órbita vazia do cego,

Pelos gritos isolados que não entraram no coro.

Sou responsável pelas auroras que não se levantam

E pela angústia que cresce dia a dia.

MENDES, M. A poesia em pânico. Rio de Janeiro: Cooperativa Cultural Guanabara, 1938

O texto exemplifica a seguinte afirmativa a respeito da obra de Murilo Mendes:

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