As doze cores do vermelho
Você volta para casa depois de ter ido jantar com sua amiga dos olhos verdes. Verdes. Às vezes quando você sai do escritório você quer se divertir um pouco. Você não suporta mais tem seu trabalho de desenhista. Cópias plantas réguas milímetros nanquim compasso 360º. de cercado cerco. Antes de dormir você quer estudar para a prova de história da arte mas sua menina menor tem febre e chama você. A mão dela na sua mão é um peixe sem sol em irradiações noturnas. Quentes ondas. Seu marido se aproxima os pés calçados de meias nos chinelos folgados. Ele olha as horas nos dois relógios de pulso. Ele acusa você de ter ficado fora de casa o dia todo até tarde da noite enquanto a menina ardia em febre. Ponto e ponta. Dor perfume crescente...
CUNHA, H. P. As doze cores do vermelho. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2009.
A literatura brasileira contemporânea tem abordado, sob diferentes perspectivas, questões relacionadas ao universo feminino. No fragmento, entre os recursos expressivos utilizados na construção da narrativa, destaca-se a:
Questões relacionadas
- Química | A. Cálculos Químicos
(UEL) A esquizofrenia é uma patologia psiquiátrica caracterizada por perturbações do pensamento, da percepção e do convívio social. A doença de Parkinson é um transtorno neurodegenerativo causado pela perda seletiva de neurônios dopaminérgicos. A dopamina é uma substância que está relacionada com as duas doenças citadas. A fórmula da dopamina é mostrada a seguir.
A composição centesimal dos átomos de C, H, O e N na molécula da dopamina são, respectivamente
- Língua Portuguesa | 1.09 Recursos Expressivos e Recursos Estilísticos
O ARRASTÃO
[1] Estarrecedor, nefando, inominável, infame. Gasto logo os adjetivos porque eles fracassam em
dizer o sentimento que os fatos impõem. Uma trabalhadora brasileira, descendente de escravos,
como tantos, que cuida de quatro filhos e quatro sobrinhos, que parte para o trabalho às quatro
e meia das manhãs de todas as semanas, que administra com o marido um ganho de mil e
[5] seiscentos reais, que paga pontualmente seus carnês, como milhões de trabalhadores brasileiros,
é baleada em circunstâncias não esclarecidas no Morro da Congonha e, levada como carga no
porta-malas de um carro policial a pretexto de ser atendida, é arrastada à morte, a céu aberto,
pelo asfalto do Rio.
Não vou me deter nas versões apresentadas pelos advogados dos policiais. Todas as vozes
[10] terão que ser ouvidas, e com muita atenção à voz daqueles que nunca são ouvidos. Mas, antes
das versões, o fato é que esse porta-malas, ao se abrir fora do script, escancarou um real que
está acostumado a existir na sombra.
O marido de Cláudia Silva Ferreira disse que, se o porta-malas não se abrisse como abriu (por
obra do acaso, dos deuses, do diabo), esse seria apenas "mais um caso". Ele está dizendo:
[15] seria uma morte anônima, aplainada1 pela surdez da praxe2, pela invisibilidade, uma morte não
questionada, como tantas outras.
É uma imagem verdadeiramente surreal, não porque esteja for a da realidade, mas porque
destampa, por um "acaso objetivo" (a expressão era usada pelos surrealistas3), uma cena
recalcada4 da consciência nacional, com tudo o que tem de violência naturalizada e corriqueira,
[20] Tratamento degradante dado aos pobres, estupidez elevada ao cúmulo, ignorância bruta
transformada em trapalhada transcendental5, além de um índice grotesco de métodos de
camuflagem e desaparição de pessoas. Pois assim como Amarildo6 é aquele que desapareceu
das vistas, e não faz muito tempo, Cláudia é aquela que subitamente salta à vista, e ambos
soam, queira-se ou não, como o verso e o reverso do mesmo.
[25] O acaso da queda de Cláudia dá a ver algo do que não pudemos ver no caso do desaparecimento
de Amarildo. A sua passagem meteórica pela tela é um desfile do carnaval de horror que
escondemos. Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que
lutar para que não se transforme no carro alegórico do Brasil.
José Miguel Wisnik Adaptado de oglobo.globo.com, 22/03/2014.
Ele está dizendo: seria uma morte anônima, aplainada pela surdez da praxe, pela invisibilidade, uma morte não questionada, como tantas outras. (l. 14-16)
Logo após citar a declaração do marido de Cláudia, o autor a explica.
Em relação a essa declaração, a explicação do autor produz o efeito de:
- Língua Portuguesa - Fundamental | 4.06 Artigo de Opinião
Texto base: Texto para a questão. WhatsApp: modo de usar Gregorio Duvivier Peço permissão para me revoltar com um tema aparentemente mais frívolo do que a política nacional, mas não menos urgente: o WhatsApp. Primeiro inventa-se o produto, depois o manual. Quando surgiu a vuvuzela, por exemplo, parecia uma ótima ideia soprar uma corneta pelas ruas. Demoramos algum tempo até entendermos a real utilidade de um invento. No caso da vuvuzela, era nenhuma. Uma pesquisa revelou que o brasileiro passa em média 47 minutos no famigerado Whats. Não adianta procurar essa pesquisa, fui eu mesmo que fiz. Nos meus grupos de Whats. Tem o grupo grande do trabalho que só fala de trabalho. Tem o grupo menor do trabalho que só fala de festa – além de falar mal do grupo grande do trabalho. Tem o grupo da família que só compartilha vídeos de bebês e memes políticos de veracidade duvidosa. O áudio tornou-se um problema do tamanho da vuvuzela. O que era pra ser uma ferramenta excepcional (“tô com as mãos ocupadas, tô dirigindo, tô cozinhando, meus dedos foram decepados”) acabou se tornando um esporte. Todo dia recebo uns 12 áudios de três minutos em que uns dois minutos e meio são de “ééé”, “entãããão”, “só um instante”. E não consigo fazer uma leitura diagonal de um áudio. É preciso ouvir tudo, até o final, pra descobrir que não era nada. “E aí, brother, tudo bem, ééé, entãããão, tô precisando que você, ééé, só um instante, deixa eu só ver aqui um negócio, pronto, éééé, rapidão, pronto, na real não precisa mais não, já resolvi aqui.” Cancela o áudio, brother! É só deslizar o dedo pra esquerda. A vida é muito curta pra perder tempo com áudio errado. Pela mesma razão, não faz sentido falar só “você tá aí?”. Não precisa checar. WhatsApp não é ICQ. Fala logo. Todo grupo de família é uma profusão de “bom dia”. A vida é muito curta pra dar bom dia no WhatsApp. Adaptado de: <www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/
2016/05/1766707-whatsapp-modo-de-usar.shtml>. Acesso em: 4 mar. 2017.
Enunciado:
No texto, o efeito de humor é obtido, entre outros recursos,
- Geografia | 6.1 Agricultura
Longe de mim querer estragar o apetite de alguém, mas a gente não está consumindo carne demais? Nosso olho grande está devastando o planeta, segundo o relatório “Apetite por destruição”, da ONG WWF. E quem só come peixe ou frango também tem a sua parcela de responsabilidade, pois o problema não é somente desmatar para fazer pasto.
Disponível em: www.umagotanooceano.org. Acesso em: 2 mar. 2021 (adaptado)
Em relação ao espaço rural e à produção agropecuária brasileira, o problema a que o texto faz alusão corresponde
- Inglês - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Fill in the dialogue with the correct verb in the Present Continuous . Use the verbs in the box.
On the telephone.
Ted: Hello, can I speak to Alan.
Alan: This is Alan, who is _____________?
Ted: Hi, this is Ted.
Alan: Hi Ted. What are you _____________?
Ted: Oh, I'm just _____________ TV. What are you doing?
Alan: Well, I'm _____________ dinner.
Ted: What are you _____________?
Alan: I'm baking some potatoes, boiling some carrots and grilling a steak.
Ted: It sounds delicious.
Alan: What are you _____________for dinner tonight?
Ted: Well, I don't have any plans...
Alan: Would you like to come over for dinner?
Ted: Oh, I'd love to. Thanks.
Alan: Great. Meg and Joe are also _____________. They are _____________at eight.
Ted: OK, I'll be there at eight, too.
Alan: OK, see you then. Bye.
Ted: Bye.