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Sumérios, os inventores da História

  

      O Iraque foi o pior lugar do mundo em 2003 e talvez em toda a última década. Mas sua história nem sempre foi assim. Na mesma terra que recebeu as bombas americanas, se assentam os restos da civilização mais esplendorosa do início dos tempos. O povo que criou a escrita, as primeiras técnicas de engenharia e cujas lendas e mitos estão repetidas em várias culturas posteriores.

      Foram os sumérios que cravaram um fim nos 150 mil anos de Pré-História, com a invenção da escrita cuneiforme. Também inventaram o modelo de cidades, em um território que começava próximo ao centro do atual Iraque, onde hoje é Bagdá, e seguia em direção do sul até mar. Isso tudo entre 4000 a.C. e 1600 a.C, quando a Mesopotâmia, a região entre os rios Tigre e Eufrates, era marcada ora por tempestades de areia que se arrastavam por quilômetros, ora por regiões pantanosas e alagadiças. “Foi uma espécie de primeira revolução urbana da história”, diz Marcelo Rede, professor de história antiga da Universidade Federal Fluminense (UFF). As primeiras populações estabelecidas na planície da Mesopotâmia eram nômades ou seminômades.

      “A passagem para a agricultura foi o passo fundamental para a sedentarização, e as cidades surgem como aglomerados de comunidades agrícolas”, afirma o professor. De um povo originariamente agrícola que precisava lutar contra a fúria da natureza, surgiu uma civilização urbana, com comércio desenvolvido e que primava pelos registros escritos. Sua estrutura social privilegiando o varejo gerou uma elite cercada por luxos e prestadores de serviço. As palavras dos membros dessa elite tinham tanta força que eles legitimavam seus documentos por meio de um objeto usado até hoje: os selos. Cilíndricos, eles eram cunhados em pedra e rolados em tabletes de argila.

      Como bons comerciantes, os sumérios foram bastante dedicados à matemática. Há registros de transações comerciais envolvendo crédito, empréstimo e pagamento de juros mesmo sem sistema de cunhagem de moedas.

      Toda a matemática era usada para controlar as águas dos rios Tigre e Eufrates. Canais e barreiras eram construídos para controlar as cheias, o que também ajudava a facilitar a navegação e o abastecimento das cidades. A força dos rios era usada até como tática militar: inundava-se uma cidade para dominá-la.

      Um costume muito comum das cidades era o de erguer enormes muralhas de barro para proteger o núcleo urbano. As batalhas entre as cidades também acentuaram a escravidão. Viravam escravos os soldados e os moradores das cidades dominadas, bem como devedores e suas famílias e até mesmo filhos mal-educados. Para “aquietar” a rebeldia excessiva da prole, os pais podiam “alugar” seus rebentos como escravos durante um determinado período.

      Os sumérios acreditavam em uma grande quantidade de espíritos do mal ligados aos fenômenos da natureza. Tempestades de areia eram vinganças dos deuses. Inundações também. Guerras só poderiam ser movidas pelos deuses. A eles também era atribuída a nomeação do líder das cidades-estado, o “lugal” (“homem grande”). Mas em períodos expansionistas, com a dominação de outras cidades, havia normalmente um governador designado diretamente pelo “lugal”.

 

Fonte: http://historia.abril.com.br/cultura/sumerios-inventores-historia-433550.shtml Acesso em 17/04/2011 (adaptação)

 

Segundo o arqueólogo Robert Braidwood:

 

Civilização significa urbanização; fato de haver cidades. Significa uma organização política formal, ou seja, que existam reis ou corpos de governo que o povo tenha estabelecido. Significa a existência de leis formais, regras de conduta que o governo (se não o povo) considera necessárias. [...] há projetos formalizados – estradas, portos, canais de irrigação etc. - , além de algum tipo de exército ou força policial para protegê-los.

 

Exemplifique o conceito da palavra civilização usando argumentos do texto. Transcreva dois trechos.