Leia o texto e responda a questão.
CORTINA FECHADA. CAI LUZ DA PLATEIA. MÚSICA. Voz de Zezé – ( Off) A gente vinha de mãos dadas, sem pressa de nada pela rua. Totoca vinha me ensinando a vida. Mas ensinando as coisas fora de casa. Porque em casa eu aprendia descobrindo sozinho e fazendo sozinho, fazia errado e fazendo errado acabava sempre tomando umas palmadas. Até bem pouco tempo ninguém me batia. Se não estivesse na rua eu começava a cantar. Cantar era bonito. (Ao fundo ouve-se a introdução da música: “Marinheiro, Marinheiro”). Mas como eu não podia cantar por fora, fui cantando por dentro. (Ouve-se a voz de Zezé e da mãe cantando juntos). Eu estava me lembrando de uma música que mamãe cantava quando eu era bem pequenininho. (Começa abrir cortina lentamente). Era bonito quando ela cantava e eu ficava junto aprendendo... FICAM ZEZÉ E TOTOCA DE MÃOS DADAS NO CENTRO DO PALCO. NUM LADO DO PALCO A CADEIRA DO TIO EDMUNDO, NO OUTRO LADO UMA JANELA AZUL E UM BANCO COMPRIDO. SOM DE ESTRADA MOVIMENTADA. TOTOCA CUTUCA ZEZÉ. Totoca — Que é que você tem, Zezé? Zezé — Nada. Estava cantando. Totoca — Cantando? Zezé — É. Totoca — Então eu devo estar ficando surdo. (Pausa. Aponta a “estrada”). A gente primeiro olha bem. Para um lado e depois para o outro. Agora! CORREM E PARAM, AGITADOS. Totoca — Teve medo? (Zezé quer dizer sim, mas faz “não” com a cabeça). Agora você está sozinho. Nada de medo que você já está ficando um homenzinho. ZEZÉ VAI E VOLTA. NA VOLTA ABRE UM FOCO SOBRE A JANELA AZUL. Totoca — É ali. Você gosta? Zezé — Gosto. Mas por que a gente tem que mudar para cá? Totoca — É bom a gente sempre se mudar. SENTAM-SE NO BANCO. Zezé — Totoca, idade da razão pesa? Totoca — Que besteira é essa? Zezé — Tio Edmundo quem falou. Disse que eu era “precoce” e que ia entrar logo na idade da razão. E eu não sinto diferença. Totoca — Tio Edmundo é um bobo. Vive metendo coisas na sua cabeça. Zezé — Ele não é bobo. Ele é sábio. E quando eu crescer quero ser sábio e poeta e usar gravata de laço. Totoca — Por que gravata de laço? Zezé — Porque ninguém é poeta sem gravata de laço. Quando tio Edmundo me mostra retrato de poeta na revista, todos têm gravata de laço. Totoca — Zezé, deixe de acreditar em tudo que ele fala para você. Tio Edmundo é meio trongola. Meio mentiroso. O meu pé de laranja lima, adaptação de Luciano Luppi. Disponível em: <http://oficinadeteatro.com/
conteudotextos-pecas-etc/pecas-de-teatro/viewdownload/11-pecas-infanto-juvenis/
363-o-meu-pe-de-laranja-lima>. Acesso em: 21 abr. 2017.
Leia novamente o trecho:
Se não estivesse na rua eu começava a cantar. Cantar era bonito. ( Ao fundo ouve-se a introdução da música: “Marinheiro, Marinheiro.)
” Como é conhecida a frase em destaque típica do texto teatral?