O designer português Miguel Neiva criou um sistema de símbolos que permite que pessoas daltônicas identifiquem cores. O sistema consiste na utilização de símbolos que identificam as cores primárias (azul, amarelo e vermelho). Além disso, a justaposição de dois desses símbolos permite identificar cores secundárias (como o verde, que é o amarelo combinado com o azul). O preto e o branco são identificados por pequenos quadrados: o que simboliza o preto é cheio, enquanto o que simboliza o branco é vazio. Os símbolos que representam preto e branco também podem estar associados aos símbolos que identificam cores, significando se estas são claras ou escuras.
Folha de São Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 18 fev. 2012 (adaptado).
De acordo com o texto, quantas cores podem ser representadas pelo sistema proposto?
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o trecho do conto “A igreja do Diabo”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder à(s) questão(ões) a seguir:
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a 1cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu 2desdouro, fazei dele um troféu e um 3lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma 4esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu”... [...] Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: Muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da 5venalidade. Um 6casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente.
(Contos: uma antologia, 1998.)
1cogula: espécie de túnica larga, sem mangas, usada por certos religiosos.
2desdouro: descrédito, desonra.
3lábaro: estandarte, bandeira.
4esgalgado: comprido e estreito.
5venalidade: condição ou qualidade do que pode ser vendido.
6casuísta: pessoa que pratica o casuísmo (argumento fundamentado em raciocínio enganador ou falso).
As palavras do texto cujos prefixos traduzem, respectivamente, ideia de repetição e ideia de negação são
- Biologia | 12.5 Sucessão Ecológica
As figuras ilustram um processo responsável pela modificação da distribuição das frequências fenotípicas referentes à pigmentação da pelagem em uma população de roedores.
A seta em cor branca representa a seleção natural sobre os indivíduos cuja pigmentação é intermediária, selecionando portanto os fenótipos extremos.
Tal mecanismo evolutivo é denominado
- Biologia | 4.4 Núcleo Interfásico e Divisão Celular
No ciclo celular atuam moléculas reguladoras. Dentre elas, a proteína p53 é ativada em resposta a mutações no DNA, evitando a progressão do ciclo até que os danos sejam reparados, ou induzindo a célula à autodestruição. A ausência dessa proteína poderá favorecer a:
- Língua Portuguesa - Fundamental | 9.11 Gêneros Digitais: Blog e Vlog
Texto para a questão
WhatsApp: modo de usar
Gregorio Duvivier
Peço permissão para me revoltar com um tema aparentemente mais frívolo do que a política nacional, mas não menos urgente: o WhatsApp.
Primeiro inventa-se o produto, depois o manual. Quando surgiu a vuvuzela, por exemplo, parecia uma ótima ideia soprar uma corneta pelas ruas. Demoramos algum tempo até entendermos a real utilidade de um invento. No caso da vuvuzela, era nenhuma.
Uma pesquisa revelou que o brasileiro passa em média 47 minutos no famigerado Whats. Não adianta procurar essa pesquisa, fui eu mesmo que fiz. Nos meus grupos de Whats.
Tem o grupo grande do trabalho que só fala de trabalho. Tem o grupo menor do trabalho que só fala de festa – além de falar mal do grupo grande do trabalho. Tem o grupo da família que só compartilha vídeos de bebês e memes políticos de veracidade duvidosa.
O áudio tornou-se um problema do tamanho da vuvuzela. O que era pra ser uma ferramenta excepcional (“tô com as mãos ocupadas, tô dirigindo, tô cozinhando, meus dedos foram decepados”) acabou se tornando um esporte. Todo dia recebo uns 12 áudios de três minutos em que uns dois minutos e meio são de “ééé”, “entãããão”, “só um instante”. E não consigo fazer uma leitura diagonal de um áudio. É preciso ouvir tudo, até o final, pra descobrir que não era nada.
“E aí, brother, tudo bem, ééé, entãããão, tô precisando que você, ééé, só um instante, deixa eu só ver aqui um negócio, pronto, éééé, rapidão, pronto, na real não precisa mais não, já resolvi aqui.” Cancela o áudio, brother! É só deslizar o dedo pra esquerda. A vida é muito curta pra perder tempo com áudio errado.
Pela mesma razão, não faz sentido falar só “você tá aí?”. Não precisa checar. WhatsApp não é ICQ. Fala logo. Todo grupo de família é uma profusão de “bom dia”. A vida é muito curta pra dar bom dia no WhatsApp.
Adaptado de: <www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/
2016/05/1766707-whatsapp-modo-de-usar.shtml>. Acesso em: 4 mar. 2017.
No texto, o efeito de humor é obtido, entre outros recursos,
- Geografia | 6.6 Politica Econômica
O BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – vem negociando cuidadosamente o estabelecimento de mecanismos independentes de financiamento e estabilização, como o Arranjo Contingente de Reservas (Contingent Reserve Arrangement – CRA) e o Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank – NDB). O primeiro será um fundo de estabilização entre os cinco países; o segundo, um banco para financiamento de projetos de investimento no BRICS e outros países em desenvolvimento.
(www.cartamaior.com.br. Adaptado.)
O Arranjo Contingente de Reservas e o Novo Banco de Desenvolvimento procuram suprir a escassez de recursos nas economias emergentes. Tais iniciativas constituem uma alternativa