Explicaê

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História da máquina que faz o mundo rodar


Cego, aleijado e moleque,
Padre, doutor e soldado,
Inspetor, juiz de direito,
Comandante e delegado,
Tudo, tudo joga o dinheiro
Esperando bom resultado.


Matuto, senhor de engenho,
Praciano e mandioqueiro,
Do agreste ao sertão
Todos jogam seu dinheiro
Se um diz que é mentiroso
Outro diz que é verdadeiro.


Na opinião do povo

Não tem quem possa mandar
Faça ou não faça a máquina
O povo tem que esperar
Por que quem joga dinheiro
Só espera mesmo é ganhar.


Assim é que muitos pensam
Que no abismo não cai
Que quem não for no Juazeiro
Depois de morto ainda vai,
Assim também é crença
Que a dita máquina sai.


Quando um diz: ele não faz,
Já outro fica zangado
Dizendo: assim como Cristo
Morreu e foi ressuscitado
Ele também faz a máquina
E seu dinheiro é lucrado.


CRUZ, A. F. Disponível em: www.jangadabrasil.org. Acesso em: 5 ago. 2012 (fragmento).


No fragmento, as escolhas lexicais remetem às origens geográficas e sociais da literatura de cordel. Exemplifica essa remissão o uso de palavras como

Desconsiderar opção Created with Sketch. Considerar opção Created with Sketch.
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