Ela é Maria. E ouviu da colega que se chamava Mariá. Ficou confusa. Maria e Mariá davam no mesmo. Mas a Mariá disse que Maria era nome de pobre, e que ela, Mariá, era da família dos Mendonça Bulhões, não podia ser Maria.
Maria foi pra casa confusa.
– Mamãe, por que eu me chamo Maria, e não Mariá?
A mãe disse que dava no mesmo, era só um acento. Como Míriam e Miriam, como José e Jose. A mãe não ajudou. Só piorou. José é homem e Jose é mulher.
Cresceu pensando que a mãe a quisera pobre, por isso não lhe deu um Mariá. Depois descobriu que a pobreza mesmo estava nessa bobagem de distinguir nome de rico e nome de pobre. Nome é dado por carinho, como um presente. A mãe estava certa. E passou a amar ser Maria.
Texto produzido para este fim.
Os sinais gráficos são fundamentais para a indicação de pronúncia quando apenas a escrita não se faz suficiente. Em “Maria e Mariá”, para se pronunciar a segunda como oxítona é preciso sinalizar com o acento agudo. Essa necessidade revela que