Habeas Corpus
Um pingo de chuva estourou na pedra de gelo do meu whisky
Lembrei de ti
Que sempre quer botar pingo de I em ipsiloni
Que é que há?
Parece até que eu sou um livro mal escrito
E que você é uma caneta cor vermelha
Rasurando o que não aceita e nem consegue decifrar
Outras vezes você tenta feito louca rasgar as minhas páginas
Mal eu esqueço do que lembrei
Você aparece
Olá
Olá, coisa nenhuma, é o que me diz
Roubando meu whisky pra falar
Que eu te beijo como Judas beijou Cristo
Pois levo um tempo a imaginar como seria
Com quem e quando eu trairia o que eu jamais jurei te dar
Põe na minha boca palavras que não são minhas
Com a voz trêmula e trágica
E me ameaça quando diz eu vou embora
Ora, vá!
Você tem seu direito de ir e vir
Mas eu tenho o meu direito de querer ficar
Não precisa de um pedido de Habeas Corpus
A porta está aberta
XAU!
MOURA, G.; BAIA, M. Disponível em: https://www.letras.mus.br. Acesso em: 20 out. 2021.
A canção apresenta uma interlocução marcada por um interlocutor