Os jornais da manhã noticiavam em grandes manchetes o atentado. Os estudantes haviam entrado em uma greve de “protesto contra o banditismo. Nossa alma está coberta de opróbrio. Uma cova se abriu e o povo não esquecerá”. A repercussão do atentado no Congresso fora enorme. As galerias da Câmara dos Deputados e do Senado estavam lotadas quando foram abertos os trabalhos nas duas casas do Legislativo. Conforme os congressistas da oposição, “corria sangue nas ruas da capital e não havia mais tranquilidade nos lares”. Representantes de todos os partidos políticos haviam feito discursos condenando o atentado. O deputado Armando Falcão apresentara um projeto de amparo à viúva do major Vaz. Respondendo às afirmativas de Lacerda, publicadas nos jornais, de que as “fontes do crime estão no Palácio do Catete, Lutero Vargas é um dos mandantes do crime”, o líder do governo na Câmara, deputado Gustavo Capanema, ocupara a tribuna para classificar de infundadas as acusações ao filho do presidente da República. A multidão que ocupava as galerias vaiara Capanema estrepitosamente.
FONSECA, R. Agosto. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
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