Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina entre uma refeição e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina entre o chuveiro e a toalha.
Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina entre a receita e a aspirina.
Tem gente sem esperança.
Mas não é o desalento que você imagina entre o pesadelo e o despertar.
Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina entre o passeio e a casa.
Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina entre o presente e a mesada.
Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina entre a escola e a novela.
Tem gente que existe e parece imaginação.
TAVARES, U. Disponível em: https://www.pensador.com. Acesso em: 24 maio 2021.
O poema faz parte da literatura brasileira contemporânea e convida o leitor a refletir sobre uma determinada realidade: a situação das pessoas desprivilegiadas socioeconomicamente. Nele, o artista estabelece uma comparação, entre a situação do leitor e a do grupo social em dificuldades, por meio de