A harmonia do mundo como concebida pelos pitagóricos era, em certo sentido, uma harmonia estática, pois as relações matemáticas que a sustentavam tinham um caráter eterno, excluído ao tempo. Em nítido contraste com isso, e mais similarmente aos primeiros jônicos, Heráclito concebia uma harmonia dinâmica, que privilegiava o papel e a ubiquidade da mudança e da transformação, pelo jogo de tensões opostas. Esse movimento de privilégio, ora do componente estático, ora do dinâmico, será uma tônica de toda a filosofia grega pré e pós-socrática, e acabará por adquirir conotações não só metafísicas, mas também epistemológicas.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990 (adaptado).
Os pré-socráticos, apesar das divergências conceituais, contribuíram para o surgimento da filosofia. Segundo Pitágoras, a arché, causa primeira de todas as coisas, seria o(a)