O morcego e as doninhas
Um morcego caiu no chão e foi capturado por uma doninha1. Como seria morto, rogou à doninha que poupasse sua vida.
– Não posso soltá-lo – respondeu a doninha –, pois sou, por natureza, inimiga de todos os pássaros.
– Não sou um pássaro – alegou o morcego. – Sou um rato.
E assim ele conseguiu escapar. Mais tarde, ao cair de novo e ser capturado por outra doninha, ele suplicou a esta que não o devorasse. Como a doninha lhe disse que odiava todos os ratos, ele afirmou que não era um rato, mas um morcego. E de novo conseguiu escapar. Foi assim que, por duas vezes, lhe bastou mudar de nome para ter a vida salva.
ESOPO. Fábulas Completas. São Paulo: Cosac & Naify, 2013.
1doninha: pequeno mamífero carnívoro, de corpo longo e esguio e de patas curtas (também conhecido como furão).
A fábula O morcego e as doninhas foi escrita pelo grego Esopo, que viveu entre 620 a.C e 560 a.C. Depreende-se da leitura da fábula a seguinte moral: