O habitus masculino não se constrói e não se realiza senão em relação com o espaço reservado onde se jogam, entre homens, os jogos sérios da competição, quer se trate dos jogos da honra, cujo limite é a guerra, ou dos jogos que, nas sociedades diferenciadas, oferecem à libido dominandi, sob todas as suas formas, econômica, política, religiosa, artística, científica, etc., campos de ação possíveis. Estando excluídas de direito ou de fato desses jogos, as mulheres ficam limitadas ao papel de espectadoras ou, como diz Virginia Woolf, de espelhos aduladores, que devolvem ao homem a figura engrandecida de si mesmo à qual ele deve e quer se igualar, e reforçam, assim, seu investimento narcísico numa imagem idealizada de sua identidade.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Educação e Realidade, jul./dez. 1995.
Para Bourdieu, a sujeição das mulheres resulta de