[...] Melhor, se arrepare: pois num chão, e com igual formato de ramos e folhas, não dá mandioca mansa, que se come comum, e a mandioca-brava, que mata? Agora, o senhor já viu uma estranhez? A mandioca doce pode de repente virar azangada - motivos não sei; às vezes se diz que é por replantada no terreno sempre, com mudas seguidas, de manaíbas - vai em amargando, de tanto em tanto, de si mesma toma peçonhas. E, ora veja: a outra, a mandioca-brava, também é que às vezes pode ficar mansa, a esmo, de se comer sem nenhum mal. [...] Arre, ele (o demo) está misturado em tudo.
ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto subjetivo no contorno dos elementos dos sertões descritos. Nesse fragmento, o narrador empresta à descrição das mandiocas uma expressividade apoiada na