(ENEM 2013 2ª APLICAÇÃO) Para as pessoas que estudam a inserção das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na sociedade, não é suficiente dar acesso ao hardware (com softwares instalados). Deve-se, também, disponibilizar recursos físicos, digitais, humanos e sociais. Além disso, deve-se considerar conteúdo, linguagem, alfabetização e educação, comunidade e estrutura institucional, para se permitir o acesso significativo às tecnologias digitais. Por acesso significativo, entende-se não só a possibilidade de manejo do computador, de suas ferramentas e do acesso à internet, mas, sobretudo, a capacidade de utilizar esses conhecimentos para o acesso a conteúdos que tenham influência direta para a melhoria da qualidade de vida da pessoa, de seu grupo e de sua comunidade.
WARSCHAUER, M. Tecnologia e inclusão social: a exclusão digital em debate. São Paulo: Senac, 2006.
O uso significativo dos recursos ligados às tecnologias da informação e da comunicação faz-se presente na hipótese de:
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | 2.2 Morfologia
Assiste à demolição – Morou mais de vinte anos nesta casa? Então vai sentir “uma coisa” quando ela for demolida.
Começou a demolição. Passando pela rua, ele viu a casa já sem telhado, e operários, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao céu, no calor da manhã. Ao fundo, no terraço, tinham desaparecido as colunas da pérgula, e a cobertura de ramos de buganvília – dois troncos subindo do pátio lá embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o chão de ladrilho, onde gatos da vizinhança amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos.
Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cômodos, em composição surrealista. E o pequeno balcão da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nível dos míopes.
A demolição prosseguiu à noite, espontaneamente. Um lanço de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando já cessara na rua o movimento dos lotações.
Caiu discreto, sem ferir ninguém, apenas avariando – desculpem – a rede telefônica.
A casa encolhera-se, em processo involutivo. Já agora de um só pavimento, sem teto, aspirava mesmo à desintegração. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritório, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais íntimo e simultaneamente mais público, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior número de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo – cantoria de bêbados, motor de avião, chorinho de bebê, galo na madrugada.
E não sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua história pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas físicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolição como um resgate de formas cansadas, sentença de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreensão pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em nós. E não é preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de coração sereno o fim das coisas que se ligaram à nossa vida.
Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de caliça e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, à espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivências. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroços, e tudo era como devia ser, sem ilusão de permanência.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.
Vocabulário caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peças de madeira que se dispõem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas às outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas pérgula s. f. espécie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras buganvília s.f. designação comum às plantas do gênero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral marco s. m. parte fixa que guarnece o vão de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradiças tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma área; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa área, numa construção lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mármore, estuque, numa só peça ou composto por painéis, que vão até certa altura ou do chão ao teto (mais usado no plural) caliça s.f. conjunto de resíduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por pó ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos lote s. m. porção de terra autônoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimensões, urbano ou rural, que se destina a construções ou à pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro.
Objetiva, 2009.
Marque a alternativa em que a forma verbal substitui corretamente a locução verbal sublinhada na seguinte oração: “Ao fundo, no terreno, tinham desaparecido as colunas da pérgula…”.
- Matemática | 13.2 Triângulos e seus Pontos Notáveis
Uma festa será realizada em um salão com o formato do triângulo retângulo ABC da imagem a seguir.
Para iluminar o salão, um fio com luzes pontuais será fixado do ponto C ao ponto P, localizado no lado AB. Sabe-se que cada luz pontual equidista dos lados AC e BC.
Se BC mede 12√3 metros, o comprimento do fio CP, em metro, é igual a
- Literatura | 5.3 Contemporâneo
(ENEM 2018 1ª APLICAÇÃO)
A Casa de Vidro
Houve protestos.
Deram uma bola a cada criança e tempo para brincar.
Elas aprenderam malabarismos incríveis e algumas
viajavam pelo mundo exibindo sua alegre habilidade.
(O problema é que muitos, a maioria, não tinham jeito e
eram feios de noite, assustadores. Seria melhor prender
essa gente – havia quem dissesse.)
Houve protestos.
Aumentaram o preço da carne, liberaram os preços
dos cereais e abriram crédito a juros baixos para o
agricultor. O dinheiro que sobrasse, bem, digamos, ora o
dinheiro que sobrasse!
Houve protestos.
Diminuíram os salários (infelizmente aumentou o
número de assaltos) porque precisamos combater a
inflação e, como se sabe, quando os salários estão acima
do índice de produtividade eles se tornam altamente
inflacionários, de modo que.
Houve protestos.
Proibiram os protestos.
E no lugar dos protestos nasceu o ódio. Então surgiu
a Casa de Vidro, para acabar com aquele ódio.
ÂNGELO, I. A casa de vidro. São Paulo: Círculo do Livro, 1985.
Publicado em 1979, o texto compartilha com outras obras da literatura brasileira escritas no período as marcas do contexto em que foi produzido, como a
- Biologia | 11.4 Sistema Excretor
(UPE) Os vertebrados realizam suas funções por meio de tecidos e órgãos especializados que, em geral, se organizam em sistemas. Sobre isso, leia os itens a seguir:
I. A difusão de gases pela superfície do corpo de vertebrados é dita respiração cutânea. Para as demais formas de trocas gasosas, existem estruturas especializadas, a exemplo das traqueias, brânquias e pulmões. Esse último também está associado ao sistema cardiovascular e a mecanismos de ventilação.
II. O conjunto de peças ósseas e cartilaginosas constitui o esqueleto e dá sustentação ao corpo humano. O esqueleto protege órgãos internos e participa da movimentação do corpo, servindo de apoio para a ação dos músculos esqueléticos. O esqueleto atua também como reserva de cálcio.
III. As funções de coordenação e regulação nos animais são exercidas pelos sistemas nervoso e endócrino. Associado ao sistema nervoso está o sistema sensorial, formado por um conjunto de estruturas que permitem a percepção de estímulos provenientes do meio externo ou do interior do corpo.
IV. Em peixes e larvas de anfíbios, ocorrem fendas na faringe, e a elas estão associadas as brânquias. Assim, a faringe participa da função respiratória, além da função digestória. Nos demais vertebrados, a faringe só faz parte do sistema digestório.
V. No sistema cardiovascular humano, encontra-se o coração, que impulsiona o sangue para as artérias. Essas se ramificam em capilares e, posteriormente, em arteríolas que se reúnem em veias e vênulas, voltando ao coração. O sistema vascular linfático também participa desse sistema por meio de vasos, linfonodos e órgãos linfoides, como baço, timo, fígado e rins.
VI. Nos vertebrados, os rins são os responsáveis pela excreção de produtos nitrogenados, que variam de acordo com o ambiente onde o animal vive. Assim os amoniotélicos são representados pelos peixes, larvas de anfíbios e répteis; os ureotélicos, pelas aves e répteis; e os uricotélicos, pelos mamíferos.
Sobre os sistemas dos vertebrados, assinale a alternativa que contém os itens CORRETOS.
- História | 2.3 Segundo Reinado
(UPE) A Proclamação da República é um episódio da modernização à brasileira. Nas décadas finais do Império, o vocábulo república expandiu seu campo semântico, incorporando as ideias de liberdade, progresso, ciência, democracia, termos que apontavam, todos, para um futuro desejado.
MELLO, Maria Tereza Chaves. A modernidade Republicana. In: http://www.scielo.br/pdf/tem/v13n26/a02v1326.pdf. (Adaptado)
O texto demonstra que, no final do Segundo Império, os ideais republicanos já estavam bastante difundidos no Brasil. Os adeptos do republicanismo, nesse período, tinham como principal pensamento a