Explicaê

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(ENEM 2010 1ª APLICAÇÃO)

Soneto

Já́ da morte o palor me cobre o rosto, 

Nos lábios meus o alento desfalece, 
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!


Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!...já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece... 
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!


O adeus, o teu adeus, minha saudade, 
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.


Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade, 
Olhos por quem viveu quem já não vive!

AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.


O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é

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