As oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com o barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de veludos, almofadas de sitim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.
DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Livraria F. Alves, 1960.
O texto evidencia um processo de caráter socioespacial conhecido como