A senha bancária da dona Maria era 753213 seguida pelas letras D, D e B, nessa ordem. Acontece que ela só se lembrava da parte numérica, esquecendo-se completamente da sequência de letras. A caixa eletrônica apresentou os 4 botões mostrados na figura abaixo, que ela deveria pressionar exatamente 3 vezes, podendo repeti-los, um para cada letra da senha.
Se ela fizer as escolhas aleatoriamente, a probabilidade de acertar a senha será
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | 1.03 Capacidade de Análise
Piaimã
A inteligência do herói estava muito perturbada.
Acordou com os berros da bicharia lá em baixo nas
ruas, disparando entre as malocas temíveis. E aquele
diacho de sagüi-açu (...) não era sagüim não, chamava
[5] elevador e era uma máquina. De-manhãzinha
ensinaram que todos aqueles piados berros cuquiadas
sopros roncos esturros não eram nada disso não,
eram mas cláxons campainhas apitos buzinas e
tudo era máquina. As onças pardas não eram onças
[10] pardas, se chamavam fordes hupmobiles chevrolés
dodges mármons e eram máquinas. Os tamanduás os
boitatás as inajás de curuatás de fumo, em vez eram
caminhões bondes autobondes anúncios-luminosos
relógios faróis rádios motocicletas telefones gorjetas
[15] postes chaminés... Eram máquinas e tudo na cidade era
só máquina! O herói aprendendo calado. De vez em
quando estremecia. Voltava a ficar imóvel escutando
assuntando maquinando numa cisma assombrada.
Tomou-o um respeito cheio de inveja por essa deusa
[20] de deveras forçuda, Tupã famanado que os filhos da
mandioca chamavam de Máquina, mais cantadeira
que a Mãe-d’água, em bulhas de sarapantar.
Então resolveu ir brincar com a Máquina pra ser
também imperador dos filhos da mandioca. Mas as
[25] três cunhãs deram muitas risadas e falaram que
isso de deuses era gorda mentira antiga, que não
tinha deus não e que com a máquina ninguém não
brinca porque ela mata. A máquina não era deus
não, nem possuía os distintivos femininos de que o
[30] herói gostava tanto. Era feita pelos homens. Se mexia
com eletricidade com fogo com água com vento com
fumo, os homens aproveitando as forças da natureza.
Porém jacaré acreditou? nem o herói!
(...)
Macunaíma passou então uma semana sem comer
[35] nem brincar só maquinando nas brigas sem vitória
dos filhos da mandioca com a Máquina. A Máquina
era que matava os homens porém os homens é que
mandavam na Máquina... Constatou pasmo que os
filhos da mandioca eram donos sem mistério e sem
[40] força da máquina sem mistério sem querer sem fastio,
incapaz de explicar as infelicidades por si. Estava
nostálgico assim. Até que uma noite, suspenso no
terraço dum arranhacéu com os manos, Macunaíma
concluiu:
[45] — Os filhos da mandioca não ganham da máquina
nem ela ganha deles nesta luta. Há empate.
Não concluiu mais nada porque inda não estava
acostumado com discursos porém palpitava pra
ele muito embrulhadamente muito! que a máquina
[50] devia de ser um deus de que os homens não eram
verdadeiramente donos só porque não tinham feito
dela uma Iara explicável mas apenas uma realidade
do mundo. De toda essa embrulhada o pensamento
dele sacou bem clarinha uma luz: os homens é que
[55] eram máquinas e as máquinas é que eram homens.
Macunaíma deu uma grande gargalhada. Percebeu
que estava livre outra vez e teve uma satisfa mãe.
MÁRIO DE ANDRADE Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Belo Horizonte: Itatiaia, 1986.
Algumas situações e atitudes apresentadas no texto contrariam a imagem que tradicionalmente se faz do herói, caracterizando uma espécie de ironia.
A situação do texto que melhor demonstra esse procedimento é:
- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
A questão refere-se ao poema Verbo Ser, criado pelo poeta, cronista e contista Carlos Drummond de Andrade, nascido na cidade de Itabira – MG em 1902 e faleceu no Rio de Janeiro – RJ no dia 17 de agosto de 1987.
Leia-o e observe-o com muita atenção.
No verso do poema Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R., o objetivo do poeta é o de
- História - Fundamental | 01. A Primeira República no Brasil
. Texto base: Leia o texto a seguir. Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível - judeus, o gentio ... negros ... brancos. [...] Neste mesmo instante, a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. [...] Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo [...], que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos. CHAPLIN, Charles. Discurso final do filme O grande ditador (1940). Disponível em: <https://pensador.uol.com.br/frase/NTI2MjYy/>. Acesso em: 06 out. 2016
Enunciado:
O cineasta Charles Chaplin, em seu filme o Imperador de 1940, proferiu esse discurso por meio de seu personagem principal da obra.
a) Relacione o discurso presente no filme com o contexto político ideológico que caracterizou a conjuntura em que o autor estava inserido.
b) Aponte quais são as críticas apresentadas por Chaplin.
- Ciências - Fundamental | 09. Preservar é preciso
A Vale é uma mineradora que trabalha transformando recursos naturais em produtos importantes para a vida atual.
Leia as informações a seguir e faça a questão.
Vale Florestar Desde: 2007 Abrangência: Pará O Vale Florestar é um programa de sustentabilidade da Amazônia iniciado em 2007 para proteção de florestas, recuperação de áreas degradadas, pesquisa e plantio comercial em cerca de 300 mil hectares no sul e sudeste do Pará e Maranhão, na área de influência da Estrada de Ferro Carajás (EFC). (...) Um exemplo recente da Cultura de Reflorestamento do Vale Florestar foi firmado com a empresa Suzano Papel e Celulose em julho de 2009. Durante 15 anos, a partir de 2014, a Vale fornecerá madeira de reflorestamento à Suzano. Atualmente, foram plantadas cerca de 16 milhões de árvores somente para a produção de madeira e atualmente 1,5 mil empregados trabalham no projeto, entre próprios e terceirizados, e, em 2012, serão aproximadamente 3,5 mil postos de trabalho.
(Disponível em www.vale.com acesso em 13/12/2009)
A Vale produz e comercializa minério de ferro, pelotas, níquel, concentrado de cobre, carvão, bauxita, alumina, alumínio, potássio, caulim, manganês e ferroligas. Esses materiais estão presentes em inúmeros produtos utilizados pelas pessoas no dia a dia.
Que ações podemos ter em nossa vida para reduzir a exploração de minério de ferro, diminuindo os impactos ambientais?
- Língua Portuguesa - Fundamental | 8.03 Crônica
Leia a crônica Os anônimos, de Luis Fernando Veríssimo, e responda à questão.
Os anônimos
Todos as histórias são iguais, o que varia é a maneira de ouvi-las. No grupo comentava-se a semelhança entre os mitos e os contos de fada. Na história de Branca de Neve, por exemplo, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade. O espelho tentou mudar de assunto, elogiou o penteado da rainha, o seu vestido, a sua política econômica, mas finalmente respondeu: “Existe”. Uma menina de pele tão branca, de cabelo tão loiro e de rosto tão lindo que era espantoso que ainda não tivesse sido procurada pela agência Ford, apesar dos seus 12 anos incompletos. Seu nome: Branca de Neve.
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o a levar Branca de Neve para a floresta, matá-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recompensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende da compaixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia não constam em nenhuma versão do conto. A rainha má é a rainha má, claramente um arquétipo freudiano, a mãe Electra mobilizada para eliminar a filha rival eu seduzirá o pai, e os arquétipos não precisam de nome. O Príncipe Encantado que aparecerá no fim da história também não precisa. É um símbolo reincidente, talvez nem a Branca de Neve se dê ao trabalho de descobrir seu nome e, na velhice, apenas o chame de “Pri”, ou, ironicamente, “Seu Encantado”. Dos sete anões se sabe tudo: nome, personalidade, hábitos, fobias, CIC, tudo. Mas o personagem principal da história, sem o qual a história não existiria e os outros personagens não se tornariam famosos, não é símbolo de nada. Salvo, talvez, da importância do fortuito em qualquer história, mesmo as mais preordenadas. Ele só entra na trama para fazer uma escolha, mas toda a narrativa fica em suspenso até que ele faça a escolha certa, pois se fizer a errada não tem história. O lenhador compadecido representa os dois segundo de livre-arbítrio que podem desregular o mundo dos deuses e heróis. Por isso é desprezado como qualquer intruso e nem aparece nos créditos.
Laio ouve do seu oráculo que seu filho recém-nascido um dia o matará, e manda chamar um pastor. È o lenhador, numa caracterização anterior. O pastor é incumbido de levar o pequeno Édipo para as montanhas e eliminá-lo. Mais uma vez um universo inteiro fica parado enquanto um coadjuvante decide o que fazer. Se o pastor matar Édipo, não existirão o mito, o complexo e provavelmente a civilização como nós a conhecemos. Mas o pastor poupa Édipo, que matará Laio por acaso e casará com Jocasta, sua viúva, sem saber que é sua mãe, tornando-se pai do filho dela e seu próprio enteado e dando início a cinco mil anos de culpa. O pastor podia se chamar Ademir. Nunca ficamos sabendo.
Todos no grupo concordaram que as histórias reincidentes mostram como são os figurantes anônimos que fazem a história, ou como, no fim, é a boa consciência que move o mundo. Mas uma discordou, e disse que tudo aquilo só provava o que ela sempre dizia: que o maior problema da humanidade, em todos os tempos, era a dificuldade em conseguir empregados de confiança, que fizessem o que lhes era pedido.
(VERÍSSIMO, L. F. Banquete com os Deuses – Cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003. p. 147 – 149)
O texto inicia explicitando que a ideia, a qual gerou a crônica, partiu de uma conversa entre amigos. Isso é retomado no último parágrafo, ao afirma-se que todos no grupo concordaram que as personagens anônimas nas histórias reincidentes são elementos fundamentais para o enredo. Entretanto, percebe-se na leitura atenta do parágrafo, que há uma opinião divergente. Com base em quais argumentos essa divergência se constrói e por que você acha que o autor optou por encerrar a crônica com ela?