Se analisarmos o sistema financeiro, verificamos que estamos perante o ramo do capital mais globalizado e mais imune às regulações nacionais. O seu poder tem ainda outra fonte: a rentabilidade do investimento produtivo (industrial) a nível mundial é, no máximo, de 2,5%, enquanto a do investimento financeiro pode ir a 7%. Trata-se de um sistema para o qual a soberania de duzentos potenciais reguladores nacionais é irrelevante. Estamos perante novas manifestações da globalização, algumas delas bem perigosas e patológicas. A soberania dominante, combinada com a autorregulação global do capital financeiro, dá azo a fenômenos tão diversos quanto subfinanciamento dos sistemas públicos de saúde e educação, a precarização das relações laborais, a chamada crise dos refugiados, os Estados falidos, o descontrole do aquecimento global, os nacionalismos conservadores.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A ilusória desglobalização. Outras palavras, 14 out. 2017. Disponível em:
Sobre a nova fase da globalização, o autor analisa que a dinâmica entre o sistema financeiro e as soberanias nacionais, realiza-se na