Naquela noite, o líder do partido comunista Dubcek e seus camaradas foram detidos e o presidente Ludvik Svoboda, colocado sob arresto. Soldados ocuparam pontos estratégicos nas ruas da capital tcheca. As pessoas protegiam-se apenas com as mãos, jogando pedras ou tentando conversar com os militares. Em vão. Tanques já atravessavam a histórica Ponte de Carlos e os soldados davam tiros – a princípio para o alto.
Mas, em pouco tempo, as armas começaram a ser disparadas na direção da multidão. Pessoas caíam vítimas das rajadas de metralhadora. Para muitos, a presença de militares alemães entre os invasores reavivava a memória de 1939, quando as tropas de Hitler marcharam sobre a Tchecoslováquia.
Já nas primeiras horas da manhã, o governo alemão-oriental justificou o episódio através do rádio: "No interesse de sua segurança, no interesse dos povos e da paz mundial, os irmãos socialistas não poderiam permitir que a República Tcheca rompesse com a comunidade dos Estados socialistas. Ao reagir imediatamente ao urgente pedido de ajuda dos patriotas tchecos, os governos de nossos países deram um exemplo claro do internacionalismo socialista".
BULAU, D. Disponível em: .Acesso em: 22 out 2019. [Fragmento adaptado]
A crise no Leste Europeu narrada no texto, conhecida como Primavera de Praga, se caracterizou por