TEXTO 2
[80] O Quinze foi publicado em agosto
de 1930. Não fez grande sucesso quando
saiu em Fortaleza. Escreveram até um
artigo falando que o livro era impresso em
papel inferior e não dizia nada de novo.
[85] Outro sujeito escreveu afirmando
que o livro não era meu, mas do meu
ilustre pai, Daniel de Queiroz. E isso tudo
me deixava meio ressabiada. Morava então
no Ceará o jornalista carioca Renato Viana,
[90] que me deu os endereços das pessoas no
Rio de Janeiro, uma lista de jornalistas e
críticos para os quais eu devia mandar o
livrinho. O mestre Antônio Sales, que
[95] Então me chegou uma carta do meu amigo
Hyder Corrêa Lima, que morava no Rio,
convivia com Nazareth Prado e a roda de
Graça Aranha. Hyder mostrava na carta o
maior alvoroço e contava o entusiasmo de
[100] Graça Aranha por O Quinze. Depois veio
uma carta autografada do próprio Graça,
realmente muito entusiasmado. Em
seguida começaram a chegar críticas, de
Augusto Frederico Schmidt (no "Novidades
[105] Literárias"), do escritor Artur Mota, em São
Paulo; foram pipocando notas e artigos,
tudo muito animador. No Ceará, não. Não
me lembro de nenhuma repercussão.
Depois, quando a coisa virou, é que o livro
[110] começou a pegar por lá.
(Rachel de Queiroz. In: QUEIROZ, Rachel de e QUEIROZ, Maria Luíza de. Tantos anos. p. 31.)
Considere o que se diz sobre a partícula "lá", no seguinte enunciado: "Depois, quando a coisa virou, é que o livro começou a pegar por lá." (linhas 109-110)
I - Tem a função de apontar para um elemento textual, substituindo-o anaforicamente.
II - Indica que a escritora não escreveu o texto em estudo (o texto 2) no Ceará.
III - Informa que a escritora não morava no Ceará quando da publicação de O Quinze.
É correto o que se afirma