UM ELO PERDIDO NA AMAZÔNIA
Novas descobertas sobre um povo misterioso que habitou a região da fronteira com a Bolívia e desapareceu há 700 anos
É uma descoberta arqueológica fascinante: um povo desconhecido habitou a fronteira do Acre com a Bolívia entre os séculos 1 e 14. Em 1977, o arqueólogo Ondemar Dias percebeu no solo valas que marcavam áreas circulares ou quadrangulares. Em geral, elas têm o tamanho de um quarteirão, são ligadas entre si e a mananciais de água. Foram identificadas 255 dessas estruturas, que os cientistas chamam de geoglifos. As valas abertas por esse povo antigo eram cercadas por muros de terra, de até 1,5 metros de altura, que ajudavam na defesa contra inimigos e animais. Só há três anos esses sítios arqueológicos começaram a ser escavados. (...)
As descobertas de fragmentos de utensílios trazem mais informações sobre esses antigos moradores da floresta. São objetos de madeira, de cerâmica e pedras polidas. O povo que habitou o Acre até o século 14 nem sequer conhecia metais. (...)
Outra novidade é que foram localizados mais de cinquenta geóglifos que estavam encobertos pela vegetação. O desmatamento possibilitou que as estruturas se tornassem visíveis e pudessem ser captadas por satélite. Pelo número de valas, estima-se que o povo desaparecido era composto de 60 mil pessoas, no mínimo. Além disso, foi possível verificar simetrias e semelhanças entre os geoglifos. "Quem os construiu deve ter usado cálculos matemáticos e instrumentos de medição, o que indica uma população complexa e organizada", diz a antropóloga Denise Schaan. De acordo com ela, esse padrão indica que o povo teria uma espécie de governo que estaria acima dos chefes das aldeias que viviam em cada geóglifo. (...)
(...)
Disponível em <http://veja.abril.com.br/270110/elo-perdido-amazonia-p-102.shtml> Acesso em 01/07/2010 - adaptação
Esses povos podem ser chamados de pré-cabralinos e pré-colombianos. Explique o que significam esses termos.