A nova história do Brasil
Grande parte da história que os brasileiros conhecem hoje, aquela que ainda está na maioria dos livros didáticos, foi criada entre 1960 e 1980. Era um tempo mais tenso do que é hoje. A Guerra Fria dividia os países, os governantes e os intelectuais entre comunistas e capitalistas. Se no governo dominavam os capitalistas, nas universidades predominavam as ideias e os métodos de Karl Marx, o pai do comunismo científico. Mas o tempo passou. Aos poucos, os pesquisadores ficaram um pouco mais longe das ideologias e passaram a tirar conclusões sem tanto medo de aderir a um ou outro lado da política.
A visão clássica do Brasil colonial nasceu com o intelectual paulista Caio Prado Júnior em 1933. No livro Evolução política do Brasil, ele afirma que a sociedade brasileira era simples e desigual. Tudo girava em torno do latifúndio, que deixava só a miséria por aqui. Até que, na década de 1990, historiadores descobriram dados que não batiam com a teoria. Registros dos portos do Rio de Janeiro e de Salvador mostravam que, em épocas de crise na Europa, quando os preços do açúcar e algodão desabavam pelo mundo, no Brasil eles mudavam pouco. Esses dados sugerem que havia um bom mercado consumidor no Brasil.
NARLOCH, L. Superinteressante, n. 6, 2014 (adaptado).
O autor do texto A nova história do Brasil apresenta uma posição crítica sobre as narrativas históricas. Essa posição se fundamenta no argumento de que: