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(ENEM 2018 2ª APLICAÇÃO)
TEXTO I
MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886
Disponível em: www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).
TEXTO II
GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre, Paris.
Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.
TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros, apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”.
Para Rodin, um pintor é capaz, em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)