Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse adotado o triângulo representando a Santíssima Trindade, com alusão às cinco chagas de Cristo crucificado, presente nas armas portuguesas. Já Alvarenga propôs a imagem de um índio quebrando os grilhões do colonialismo, com a inscrição “Libertas quae sera tamen” (Liberdade, ainda que tardia), do poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada.
(MOTA, Carlos Guilherme e LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma interpretação.
São Paulo, Ed. 34, 2015, 4. ed. p. 261)
A proposta formulada por Alvarenga, de se colocar na nova bandeira a imagem de um índio quebrando os grilhões do colonialismo ajuda a entender que
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- Língua Portuguesa - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Leio um trecho do conto “Eterno”, de Machado de Assis, para responder à questão. — Não me expliques nada, disse eu, entrando no quarto; é o negócio da baronesa. Norberto enxugou os olhos e sentou-se na cama, com as pernas pendentes. Eu, cavalgando uma cadeira, pousei a barba no dorso, e proferi este breve discurso: — Mas, meu pateta, quantas vezes queres que te diga que acabes com essa paixão ridícula e humilhante? Sim, senhor, humilhante e ridícula, porque ela não faz caso de ti; e demais, é arriscado. Não? Verás se o é, quando o barão desconfiar que lhe arrastas a asa à mulher. Olha que ele tem cara de maus bofes. Norberto meteu as unhas na cabeça, desesperado. Tinha-me escrito cedo, pedindo que fosse confortá-lo e dar-lhe algum conselho; esperara-me na rua, até perto de uma hora da noite, defronte da casa de pensão em que eu morava; contava-me na carta que não dormira, que recebera um golpe terrível, falava em atirar-se ao mar. Eu [...] acudi ao meu pobre Norberto. Éramos da mesma idade, estudávamos medicina, com a diferença que eu repetia o terceiro ano, que perdera, por vadio. Norberto vivia com os pais; não me cabendo igual fortuna, por havê-los perdido, vivia de uma mesada que me dava um tio da Bahia, e das dívidas que o bom velho pagava semestralmente. [...] [...] abri a carta do amigo Norberto e corri à casa dele. Já sabem o que lhe disse; viram que ele meteu as unhas na cabeça, desesperado. Saibam agora que, depois do gesto, disse com olhar sombrio que esperava de mim outros conselhos. — Quais? Não me respondeu. — Que compres uma pistola ou uma gazua? [...] — Para que estás caçoando comigo? — Para fazer-te homem. Norberto deu de ombros, com um laivozinho de escárnio ao canto da boca. Que homem? Que era ser homem senão amar a mais divina criatura do mundo e morrer por ela? A Baronesa de Magalhães, causa daquela demência, viera pouco antes da Bahia, com o marido, que antes do baronato, adquirido para satisfazer a noiva, era Antônio José Soares de Magalhães. Vinham casados de fresco; a baronesa tinha menos trinta anos que o barão; ia em vinte e quatro. Realmente era bela. Chamavam-lhe, em família, Iaiá Lindinha. Como o barão era velho amigo do pai de Norberto, as duas famílias uniram-se desde logo. — Morrer por ela? disse eu. Jurou-me que sim; era capaz de matar-se. Mulher misteriosa! A voz dela entrava-lhe pelos ossos [...]. E, dizendo isto, rolava na cama, batia com a cabeça, mordia os travesseiros. Às vezes, parava, arquejando; logo depois tornava às mesmas convulsões, abafando os soluços e os gritos, para que os não ouvissem do primeiro andar. Já acostumado às lágrimas do meu amigo, desde a vinda da baronesa, esperei que elas acabassem, mas não acabavam. Descavalguei a cadeira, fui a ele, bradei-lhe que era uma criançada, e despedi-me; Norberto pegou-me na mão, para que ficasse, não me tinha dito ainda o principal. — É verdade; que é? — Vão-se embora. Estivemos lá ontem, e ouvi que embarcam sábado. — Para a Bahia? — Sim. ASSIS, Machado.Eterno: Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000218.pdf.
Acesso em: 19 fev. 2019.
O fragmento: “Já acostumado às lágrimas do meu amigo, [...] esperei que elas acabassem, mas não acabavam”, expressará o mesmo sentido se a conjunção destacada for substituída por:
- História - Fundamental | 01. A Primeira República no Brasil
Leia.
Por causa dessa lambança
da vacina obrigatória
Os manatas da sabença
estão teimando desta vez
Em meter o ferro a pulso
bem no braço do freguês
E os doutores da higiene
vão deitando logo a mão
Sem saber se o sujeito
quer levar o ferro ou não
Seja moço ou seja velho,
ou mulatinha que tem visgo
Homem sério, tudo, tudo
leva ferro, que é servido
PINHEIRO, Mário. Vacina obrigatória. Disponível em:
<http://revistas.unincor.br/index.php/recorte/article/viewFile/620/pdf>.
Acesso em: 23 jan. 2016.
Vocabulário:
Manata – indivíduo trapaceiro, pilantra, ladrão.
Visgo – alguém com características pegajosas.
As ações promovidas pelo governo carioca, no início do século XX, geraram reações:
- Matemática | 1.07 Porcentagem e Juros
O Sol é uma fantástica fonte de energia para nosso planeta, haja vista que 40 minutos de incidência de energia proveniente do Sol é equivalente ao consumo anual de energia do mundo. Nos Estados Unidos, pelo menos 640 km2 somente no sudoeste são propícios à construção de usinas de energia solar, e essa área recebe 1,134 quatrilhão de quilocalorias de radiação solar por ano. Se somente 2,5% dessa radiação fossem convertidos em energia elétrica, seria o suficiente para suprir o consumo total de energia dos Estados Unidos no ano de 2006.
Scientific American Brasil, n.o 69, fevereiro de 2008, p.34.
Atualmente as células fotovoltaicas, que convertem energia solar em elétrica, possuem um rendimento de 10%, correspondente à fração da energia coletada pela energia recebida. Qual seria, em km2, a área da região do sudoeste americano que seria necessário preencher com células fotovoltaicas para suprir a demanda energética dos Estados Unidos em 2006?
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Pedro é um turista que viajou para uma praia no Nordeste do Brasil. Quando chegou lá, ele ficou impressionado com a diferença de temperatura entre a água do mar e a areia. Ele percebeu que a água estava mais fria do que a areia, mesmo com o sol quente. Qual é a possível explicação para esse fenômeno percebido por Pedro?
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O som da época
Luís Fernando Veríssimo
21Desconfio de que ainda nos lembraremos 2destes anos como 5a época em que vivemos com o acompanhamento dos alarmes de carro. Os alarmes de carro são a trilha sonora do nosso tempo8: o som da paranoia justificada.
O alarme é o grito da nossa propriedade de que alguém está querendo tirá-la de nós. É o som 15mais desesperado que um ser humano pode produzir – a palavra “socorro!” –, mecanizado, padronizado e a todo volume. É 10“socorro!” acrescentado ao vocabulário das coisas, como a buzina, a campainha, a música de elevador, o 11“ping” que 22avisa que o assado está pronto e todos os “pings” do computador. Também é um som típico porque tenta compensar a carência mais típica 3da época9, a de segurança. 7Os carros pedem socorro porque a sua defesa natural 12– polícia por perto, boas fechaduras ou respeito de todo o mundo pelo que é dos outros – não funciona 16mais. 17Só 6lhes resta gritar.
Também é o som da época porque é o som da intimidação. Sua função principal é espantar e substituir todas as outras formas de dissuasão pelo simples terror do barulho. O som da época em que 1os decibéis substituíram a razão.
Como os ouvidos são13, de todos os canais dos sentidos, os mais difíceis de proteger, foram os escolhidos pela insensibilidade moderna para atacar nosso cérebro e apressar nossa imbecilização. Pois são tempos literalmente do barulho.
O alarme contra roubo de carro também é próprio da época porque, 18frequentemente, não funciona. 14Ou funciona quando não deve. 23Ouvem-se tantos alarmes a qualquer hora do dia ou da noite porque, 19talvez influenciados pela paranoia generalizada, eles disparam sozinhos. 24Basta alguém se aproximar do carro com uma cara suspeita e eles começam a berrar.
20Decididamente, o som 4do nosso tempo.
VERISSIMO, Luís Fernando. O som da época. Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 29 set. 2011.
Assinale a única alternativa correta em relação ao emprego de advérbios no texto: