Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa (...).
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito.
(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)
Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do romance, é correto afirmar que:
Questões relacionadas
- Literatura | 5.2 Modernismo
O OPERÁRIO NO MAR
Na rua passa um operário. Como vai firme! Não tem blusa. No conto, no drama, no discurso político, a dor do operário está na sua blusa azul, de pano grosso, nas mãos grossas, nos pés enormes, nos desconfortos enormes. Esse é um homem comum, apenas mais escuro que os outros, e com uma significação estranha no corpo, que carrega desígnios e segredos. Para onde vai ele, pisando assim tão firme? Não sei. A fábrica ficou lá atrás. Adiante é só o campo, com algumas árvores, o grande anúncio de gasolina americana e os fios, os fios, os fios. O operário não lhe sobra tempo de perceber que eles levam e trazem mensagens, que contam da Rússia, do Araguaia, dos Estados Unidos. Não ouve, na Câmara dos Deputados, o líder oposicionista vociferando. Caminha no campo e apenas repara que ali corre água, que mais adiante faz calor. Para onde vai o operário? Teria vergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe que não é, nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca. E me despreza... Ou talvez seja eu próprio que me despreze a seus olhos. Tenho vergonha e vontade de encará-lo: uma fascinação quase me obriga a pular a janela, a cair em frente dele, sustar-lhe a marcha, pelo menos implorar-lhe que suste a marcha. Agora está caminhando no mar. Eu pensava que isso fosse privilégio de alguns santos e de navios. Mas não há nenhuma santidade no operário, e não vejo rodas nem hélices no seu corpo, aparentemente banal. Sinto que o mar se acovardou e deixou-o passar. Onde estão nossos exércitos que não impediram o milagre? Mas agora vejo que o operário está cansado e que se molhou, não muito, mas se molhou, e peixes escorrem de suas mãos. Vejo-o que se volta e me dirige um sorriso úmido. A palidez e confusão do seu rosto são a própria tarde que se decompõe. Daqui a um minuto será noite e estaremos irremediavelmente separados pelas circunstâncias atmosféricas, eu em terra firme, ele no meio do mar. Único e precário agente de ligação entre nós, seu sorriso cada vez mais frio atravessa as grandes massas líquidas, choca-se contra as formações salinas, as fortalezas da costa, as medusas, atravessa tudo e vem beijar-me o rosto, trazer-me uma esperança de compreensão. Sim, quem sabe se um dia o compreenderei?
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo.
(FUVEST 2015 1ª FASE) Atente para as seguintes afirmações relativas ao texto de Drummond, considerado no contexto da obra a que pertence:
I. A referência inicial aos modos de se representar o operário sugere uma crítica do poeta aos estereótipos presentes na literatura da época em que o texto foi escrito.
II. O alcance simbólico da figura do operário depende, inclusive, do fato de que, no texto, ele é constituído por tensões que o fazem, ao mesmo tempo, comum e extraordinário, familiar e enigmático, próximo e longínquo, etc.
III. A imagem do operário que anda sobre o mar pode simbolizar a criação prodigiosa de um mundo novo – a “vida futura” –, igualmente anunciado em símbolos como o das “mãos dadas”, o da “aurora”, o do “sangue redentor”, também presentes no livro.
Está correto o que se afirma em
- Literatura | 4.5 Simbolismo(ENEM 2009 2º APLICAÇÃO)Violoncelo(...)
Chorai, arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas
Pontes aladas
De pesadelo...
(...)
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.PESSANHA, Camilo. Violoncelo. In: GOMES, Á. C. O Simbolismo, São Paulo: Editora Ática, 1994, p.45.
Os poetas simbolistas valorizaram as possibilidades expressivas da língua e sua musicalidade. Aprofundaram a expressão individual até o nível do subconsciente. Desse esforço resultou, quase sempre, uma visão desencantada e pessimista do mundo.
Nas estrofes destacadas do poema Violoncelo, as características do Simbolismo revelam-se na
- Física | 3.6 Termodinâmica
(UNIT) Referindo-se às transformações gasosa e às grandezas físicas associadas à primeira Lei da Termodinâmica, é correto afirmar:
- Espanhol - Fundamental | 1. Interpretación de Texto (Interpretação de Texto)
Enunciado:
Jergas Juveniles
Los jóvenes no hablan ni escriben igual que los adultos. Eso puede apreciarse, sin ir más lejos, en los comentarios que muchos lectores publican en Poemas del Alma. Las jergas juveniles son variedades lingüísticas que se basan en la diferencia de edad, ya que ciertos términos son utilizados de forma casi exclusiva por los adolescentes o jóvenes.
Estas jergas, que varían de acuerdo a cada país o región, permiten identificar a los individuos que las utilizan como miembros de un cierto grupo, al expresarse con sus propios códigos y expresiones. Las jergas juveniles, por lo tanto, buscan la diferenciación, al igual que otros códigos o signos externos (como la vestimenta o el peinado). En definitiva, la jerga juvenil incluye al adolescente en un grupo (aquellos que comparten sus expresiones) y lo diferencia de otro.
Entre las principales características de una jerga juvenil, aparece la rapidez con que las expresiones quedan desactualizadas y son reemplazadas por otras nuevas. Por eso, la jerga juvenil de la actualidad no se parece en nada a la jerga que utilizaban los jóvenes de hace veinte años, por ejemplo.
Claro que hay ciertos vocablos o expresiones de las jergas juveniles (o de cualquier tipo de jerga) que se mantienen en el tiempo y hasta pasan a formar parte del léxico común.
Entre los distintos mecanismos que siguen las jergas juveniles para incorporar términos a su espectro, puede mencionarse a la creación de nuevos vocablos a partir de la modificación de otros ya existentes. Este proceso puede realizarse por acortamiento ( “profe” en lugar de “profesor”, “cole” en lugar de “colegio”), por ampliación o por distorsión. Otra manera de crear palabras es la adopción de anglicismos (“baby”, “hit”, “power”) o la dotación de nuevos sentidos a palabras que ya existen (por ejemplo, en Argentina se dice “es un caño” para referirse a algo que es bueno: “Ese auto es un caño”).
Las jergas juveniles también suelen incluir términos procedentes de las jergas de grupos marginales y la utilización de expresiones vagas ( “es como muy…”, “tipo nada”).
Disponible en: http://www.poemas-del-alma.com/blog/taller/las-jergas-juveniles. Acceso el 10 de agosto de 2001.
De acuerdo al texto los jóvenes utilizan las jergas para
- História - Fundamental | 05.3. Registros da história: a nossa cultura
Minas Gerais: berço da riqueza do Brasil
A descoberta do ouro nos campos gerais mudou os rumos do País; levou a colonização do litoral para o interior [...].
Quando foi notificada a descoberta do ouro no sertão da serra depois chamada de Espinhaço, em 1693, levava-se quatro meses para chegar até ali saindo de São Paulo ou do Rio de Janeiro, e não havia na região casa nem comida. Quarenta anos depois, havia 15 vilas importantes, dezenas de povoados, igrejas suntuosas, pontes, chafarizes, escultores, pintores, entalhadores, músicos, poetas, artesãos, comerciantes, padres, administradores, plantações, gado, multidão de escravos, classe média... Cerca de 300 mil moradores.
ÂNGELO, Ivan. Minas Gerais: berço da riqueza do Brasil, s.d. p.2 - 3.
Em fins do século XVII, milhares de pessoas dirigiram-se para a região das Minas Gerais, contribuindo para