Explicaê

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(UEA) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Tapuia

As florestas ergueram braços peludos para esconder-te

com ciúmes do sol.

E a tua carne triste se desabotoa nos seios,

recém-chegados do fundo das selvas.

Pararam no teu olhar as noites da Amazônia, mornas e imensas.

No teu corpo longo

ficou dormindo a sombra das cinco estrelas do Cruzeiro.

O mato acorda no teu sangue

sonhos de tribos desaparecidas

– filha de raças anônimas

que se misturaram em grandes adultérios!

E erras sem rumo assim, pelas beiras do rio,

que teus antepassados te deixaram de herança.

O vento desarruma os teus cabelos soltos

e modela um vestido na intimidade do teu corpo exato.

À noite o rio te chama

e então te entregas à água preguiçosamente,

como uma flor selvagem

ante a curiosidade das estrelas.

Raul Bopp apud Mário da Silva Brito. “Tapuia”.

In: Poesia do Modernismo, 1968. 

À noite o rio te chama

No verso, o eu lírico dirige-se a um interlocutor no singular. Se esse interlocutor estivesse no plural, o verso estaria corretamente reescrito, conservando-se o mesmo modo e tempo verbais, em

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