A Odisseia choca-se com a questão do passado. Para perscrutar o futuro e o passado, recorre-se geralmente ao adivinho. Inspirado pela musa, o adivinho vê o antes e o além: circula entre os deuses e entre os homens, não todos os homens, mas os heróis, preferencialmente mortos gloriosamente em combate. Ao celebrar aqueles que passaram, ele forja o passado, mas um passado sem duração, acabado.
HARTOG, F. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Revista de História (São Paulo), nº 172, jan./jun. 2015 (adaptado).
O texto afirma que a obra de Homero