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Proposta de Redação

COMO COMBATER O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO BRASIL

TEXTOS MOTIVADORES


TEXTO I

    [...] A doutrina gramatical tradicional, cristalizada nos compêndios normativos, é a fonte de onde jorra, há mais de dois mil anos, o conjunto de mitos que configuram a ideologia do preconceito linguístico. Diante disso, por que autores que elaboram livros didáticos em que se prega o reconhecimento e o respeito da variação linguística, livros com seções tão boas dedicadas à leitura e à produção de textos, continuam apegados à tradição do ensino transmissivo e acrítico da doutrina gramatical? É que os preconceitos, como bem sabemos, se impregnam de tal maneira na mentalidade das pessoas que as atitudes preconceituosas se tornam parte integrante do nosso próprio modo de ser e de estar no mundo. É necessário um trabalho lento, contínuo e profundo de conscientização para que se comece a desmascarar os mecanismos perversos que compõem a mitologia do preconceito. [...]

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 50. ed. São Paulo: Loyola, 2008. p. 96.



TEXTO II


TEXTO III


    [...] “Sou filha de empregada doméstica e cresci ouvindo minha mãe, que tinha baixa escolaridade, falar. Quando ingressei na escola, estranhei a forma como as pessoas falavam. Era muito diferente da minha. Então, procurava ficar quieta, pois tinha medo de ser corrigida pela professora”. Essa é uma narrativa de uma estudante do curso de Pedagogia que me fez refletir sobre o preconceito linguístico dentro da escola, sobre o sofrimento e a exclusão das crianças quando submetidas à avaliação equivocada da linguagem “certa” e a “errada”.

    “Quem fala errado não sabe nada”. Com base nesse mito tão bem discutido por Marcos Bagno no livro Preconceito Linguístico, a mãe que fala “mode que” em lugar de “por causa de” tem tratamento diferenciado na escola. A criança que diz “nós vai” é muitas vezes corrigida, em alto e bom som. [...]

MARTINS, Neurilene. Nova Escola, 18 maio 2016. Disponível em: https://novaescola.org.br. Acesso em: 31 mar. 2022.



TEXTO IV

    [...] O caso da língua portuguesa frente às línguas indígenas é o da imposição da língua do conquistador. Língua essa que, por ser de domínio comum da nação portuguesa, supõe, ainda que imaginariamente, um entendimento entre o rei e seus súditos. Tal entendimento, por sua vez, significa a regulação jurídica das atribuições, direitos e deveres dos súditos de sua majestade, bem como a inserção de todos os portugueses em uma memória comum da hegemonia da língua portuguesa frente ao latim. Assim, ao se impor a língua portuguesa para os índios, está se impondo também uma língua com uma memória outra: a do português cristão. O silenciamento das línguas indígenas é o silenciamento da memória de outros povos. Há, dessa forma, um efeito homogeneizador resultante desse processo de colonização linguística que repercute ainda hoje no modo como se concebe a língua nacional no Brasil. [...]

MARIANI, Bethania. Entre a evidência e o absurdo: sobre o preconceito linguístico. Letras, n. 37, p. 19-34, 2008.


PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura do texto motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Como combater o preconceito linguístico no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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