Proposta de Redação
CAMINHOS PARA O INCENTIVO À ADOÇÃO TARDIA NO BRASIL
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre CAMINHOS PARA O INCENTIVO A ADOÇÃO TARDIA NO BRASIL apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente, coesa e original, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
“O perfil mais procurado é o de meninas brancas recém-nascidas (com até seis meses de vida). Conforme a comarca, a fila para adoção de criança com essas características pode chegar a 10 anos”, explica o juiz Iberê de Castro Dias, da Vara da Infância e da Juventude, Protetiva e Cível da Comarca de Guarulhos.
Nos abrigos brasileiros, meninos e meninas com mais de três anos de idade são a maioria e, também, os menos desejados pelos adotantes. “Pretendentes à adoção costumam fazer restrições quanto à cor da pele, idade e gênero da criança a ser adotada. Quanto menos restrições, menos tempo levará a adoção”, diz.
Nos últimos anos, campanhas de conscientização têm buscado mudar essa realidade ao promover a chamada ‘adoção tardia’, assim considerada quando os adotados têm idade superior a seis ou sete anos. Atualmente, não há espera para pretendentes que optam por essa modalidade. “Na adoção tardia, o processo é bem mais simples. Não há necessidade de prévia habilitação e não há fila, já que o número de interessados em adotar é menor do que o de crianças e adolescentes que estão em condições de serem adotados”, conta o juiz Iberê Dias.
As estatísticas do CNA – administrado pela Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – mostram que mais de 57% dos pretendentes exigem que seus filhos tenham até 3 anos. A partir daí, o porcentual diminui à medida que a idade aumenta, a ponto de só 5% se interessarem por crianças acima de 8 anos.
Aos poucos, campanhas de conscientização e de preparação para adultos habilitados a adotar têm mudado essa realidade. Em 2015, foram efetivadas 711 adoções tardias – a partir de 3 anos, conforme classificação do Judiciário –, 79 a mais do que em 2014 e 150 a mais em relação a 2013.
“Achávamos que poderia ser preconceito, mas, na verdade, a questão é a falta de conhecimento emocional”, diz o juiz Elio Braz Mendes, titular da Vara de Infância e Juventude do Recife.
O problema não é que os adultos prefiram um filho que se encaixe perfeitamente em seus sonhos – a idealização é normal, diz Mendes. “Só que esse desejo precisa ser amadurecido e vir ao encontro da realidade. Não fabricamos crianças”, afirma.
O Tribunal de Justiça de São Paulo lançou uma campanha chamada "Adote um boa noite”, uma referência a esse momento delicado do dia principalmente para as crianças mais velhas e pros adolescentes. “Então nós buscamos desestigmatizar essas adoções de crianças um pouquinho mais velhas. Nós não queremos aqui buscar despertar um espirito passageiro de caridade, mas nós acreditamos sinceramente que existem essas pessoas na sociedade e que isso pode ser despertado nelas”, afirma Gabriel Pires de Campos Sormani, juiz.
“A gente tem crianças aqui dentro que durante muito tempo elas tiveram se colocar no papel de adulto, de pensar como adulto, de lidar como adulto. E a gente tá falando de crianças de 9, 10 anos. E assim, ela precisa dessa oportunidade de voltar a ser criança”, afirma Anderson Lopes, psicólogo.