(IFPE) Uma revisão de dados recentes sobre a morte de línguas
Linguistas preveem que metade das mais de 6 mil línguas faladas no mundo desaparecerá em um século — uma taxa de extinção que supera as estimativas mais pessimistas quanto à extinção de espécies biológicas. (...)
Segundo a Unesco, 96% da população mundial falam só 4% das línguas existentes. E apenas 4% da humanidade partilha o restante dos idiomas, metade dos quais se encontra em perigo de extinção. Entre 20 e 30 idiomas desaparecem por ano — uma média de uma língua a cada duas semanas. (...)
A perda de línguas raras é lamentável por várias razões. Em primeiro lugar, pelo interesse científico que despertam: algumas questões básicas da linguística estão longe de estar inteiramente resolvidas. E essas línguas ajudam a saber quais elementos da gramática e do vocabulário são realmente universais, isto é, resultantes das características do próprio cérebro humano.
A ciência também tenta reconstruir o percurso de antigas migrações, fazendo um levantamento de palavras emprestadas, que ocorrem em línguas sem qualquer parentesco. Afinal, se línguas não aparentadas partilham palavras, então seus povos estiveram em contato em algum momento.
Um comunicado do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) diz que "o desaparecimento de uma língua e de seu contexto cultural equivale a queimar um livro único sobre a natureza". Afinal, cada povo tem um modo único de ver a vida. Por exemplo, a palavra russa mir significa igualmente "aldeia", "mundo" e "paz". É que, como os aldeões russos da Idade Média tinham de fugir para a floresta em tempos de guerra, a aldeia era para eles o próprio mundo, ao menos enquanto houvesse paz.
Disponível em: http://revistalingua.com.br/textos/116/a-morte-anunciada-355517-1.asp.
Acesso em 28 set. 2015.
Após a leitura do texto, julgue as afirmativas sobre a pontuação empregada no referido texto como verdadeiras ou falsas.
I. A expressão “Segundo a Unesco”, no início do segundo parágrafo, está isolada por uma vírgula por se tratar de um vocativo.
II. O ponto final após o primeiro período do segundo parágrafo “segundo a Unesco, 96% da população mundial falam só 4% das línguas existentes.” poderia ser substituído por uma vírgula sem que isso gerasse um erro de pontuação.
III. Os dois pontos que aparecem depois de “interesse científico que despertam” foram utilizados para introduzir explicação ou esclarecimento.
IV. As vírgulas que isolam “isto é”, no último período do terceiro parágrafo, foram utilizadas pelo fato de essa ser uma expressão retificadora.
V. A vírgula em “É que, como os aldeões russos da Idade Média”, quinto parágrafo, foi utilizada equivocadamente, uma vez que não se deveria separar o verbo do sujeito.
São verdadeiras as afirmativas: