A Linguagem e suas funções
(1) As chamadas Línguas Naturais, a Pintura, a Música, os sistemas gestuais, bem como sistemas particulares de signos, como o Código Morse, são exemplos de diferentes linguagens utilizadas pelo ser humano. Algumas dessas linguagens são universais (como as Línguas Naturais e a música, presentes em todas as culturas do mundo); outras se desenvolveram nas chamadas culturas letradas, após o desenvolvimento, a especialização e a sofisticação dos usos da escrita. Quando entram em jogo signos como as cores, os desenhos e as imagens de modo geral, fala-se em linguagem visual, em oposição à linguagem verbal.
(2) Cabe observar que o que se costuma designar como “linguagem” animal (das formigas, das abelhas) não passa de um sistema de comunicação entre os membros de uma mesma espécie. Embora muito sofisticados, tais sistemas não chegam a constituir linguagem no sentido aqui definido, uma vez que falta aos animais a consciência de que usam um sistema de signos para comunicar-se com seus semelhantes. Por essa razão, tais sistemas não podem ser vinculados a atividades cognitivas como a interpretação e a representação da realidade.
(3) Dentre os exemplos de linguagens citados, cabe destacar as Línguas Naturais (inglês, chinês, português, espanhol etc.), que são sistemas de signos linguísticos. Os signos linguísticos são os elementos de significação nos quais se baseiam as línguas, e possuem uma dupla face: 1) a face do significante (ou seja, o suporte sonoro ou visual para uma ideia); 2) a face do significado (ou seja, a própria ideia ou o conteúdo cognitivo que representa parte constitutiva do signo). Os significantes são de número finito de sons vocais, e variam de língua para língua.
(4) Dado que a linguagem decorre das práticas sociais de uma cultura humana e as representa e modifica, o exercício da linguagem constitui uma atividade de interação predominantemente social. É por isso que as linguagens desenvolvidas pelo homem pressupõem a atividade do conhecimento, por parte de seus usuários, do valor simbólico dos seus signos.
(Maria Luísa Abaurre. São Paulo: Português – Língua e Literatura. Editora Moderna, 2000, p. 1-20.)
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