(UNISINOS) “Começam com as monstruosas condições dos transportes a caminho do campo, onde centenas de seres humanos amontoam-se num vagão de gado, completamente nus, colados uns aos outros, e são transportados de uma estação para outra, de desvio a desvio, dia após dia; continuam quando chegam ao campo: o choque bem organizado das primeiras horas, a raspagem dos cabelos, as grotescas roupas do campo; e terminam nas torturas inteiramente inimagináveis, dosadas de modo a não matar o corpo ou, pelo menos, não matá-lo rapidamente. O objetivo desses métodos, em qualquer caso, é manipular o corpo humano – com as suas infinitas possibilidades de dor – de forma a fazê-lo destruir a pessoa humana tão inexoravelmente como certas doenças mentais de origem orgânica.”
(ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 504).
O relato acima, escrito pela filósofa alemã Hannah Arendt, aborda a situação a que prisioneiros do regime nazista eram submetidos durante o governo de Adolf Hitler. No Brasil, no mesmo período em que se deu a ascensão e o desenvolvimento do nazismo, o país era governado por: