Um recipiente de paredes adiabáticas e de volume constante contém duas amostras de água pura separadas por uma parede também adiabática e de volume desprezível. Uma das amostras consiste em 54 g de água a 25 ºC e, a outra, em 126 g a 75 ºC. Considere que a parede que separa as amostras e retirada e que as amostras de água se misturam até atingir o equilíbrio. Sobre esse processo são feitas as seguintes afirmações:
I. A temperatura da mistura no equilíbrio é de 323 K.
II. A variação de entalpia no processo é nula.
III. A variação de energia interna no processo é nula.
IV. A variação de entropia no processo é nula.
Assinale a opção que apresenta a(s) afirmação(ões) CORRETA(S) sobre a mistura das amostras de água.
Questões relacionadas
- Língua Portuguesa | 2. Gramática
Assiste à demolição
– Morou mais de vinte anos nesta casa? Então vai sentir “uma coisa” quando ela for demolida.
Começou a demolição. Passando pela rua, ele viu a casa já sem telhado, e operários, na poeira, removendo caibros. Aquele telhado que lhe dera tanto trabalho por causa das goteiras, tapadas aqui, reaparecendo ali. Seu quarto de dormir estava exposto ao céu, no calor da manhã. Ao fundo, no terraço, tinham desaparecido as colunas da pérgula, e a cobertura de ramos de buganvília – dois troncos subindo do pátio lá embaixo e enchendo de florinhas vermelhas o chão de ladrilho, onde gatos da vizinhança amavam fazer sesta e surpreender tico-ticos.
Passou nos dias seguintes e viu o progressivo desfazer-se das paredes, que escancarava a casa de frente e de flancos jogando-a por assim dizer na rua. Os marcos das portas apareciam emoldurando o vazio. O azul e as nuvens circulavam pelos cômodos, em composição surrealista. E o pequeno balcão da fachada, cercado de ar, parecia um mirante espacial, baixado ao nível dos míopes.
A demolição prosseguiu à noite, espontaneamente. Um lanço de parede desabou sozinho, para fora do tapume, quando já cessara na rua o movimento dos lotações.
Caiu discreto, sem ferir ninguém, apenas avariando – desculpem – a rede telefônica.
A casa encolhera-se, em processo involutivo. Já agora de um só pavimento, sem teto, aspirava mesmo à desintegração. Chegou a vez da pequena sala de estar, da sala de jantar com seu lambri envernizado a preto, que ele passara meses raspando a poder de gilete, para recuperar a cor da madeira. E a vez do escritório, parte pensante e sentinte de seu mecanismo individual, do eu mais íntimo e simultaneamente mais público, eu de gavetas sigilosas, manuseadas por um profissional da escrita. De todo o tempo que vivera na casa, fora ali que passara o maior número de horas, sentado, meio corcunda, desligado de acontecimentos, ouvindo, sem escutar, rumores que chegavam de outro mundo – cantoria de bêbados, motor de avião, chorinho de bebê, galo na madrugada.
E não sentiu dor vendo esfarinharem-se esses compartimentos de sua história pessoal. Nem sequer a melancolia do desvanecimento das coisas físicas. Elas tinham durado, cumprido a tarefa. Chega o instante em que compreendemos a demolição como um resgate de formas cansadas, sentença de liberdade. Talvez sejamos levados a essa compreensão pelo trabalho similar, mais surdo, que se vai desenvolvendo em nós. E não é preciso imaginar a alegria de formas novas, mais claras, a surgirem constantemente de formas caducas, para aceitar de coração sereno o fim das coisas que se ligaram à nossa vida.
Fitou tranquilo o que tinha sido sua casa e era um amontoado de caliça e tijolo, a ser removido. Em breve restaria o lote, à espera de outra casa maior, sem sinal dele e dos seus, mas destinada a concentrar outras vivências. Uma ordem, um estatuto pairava sobre os destroços, e tudo era como devia ser, sem ilusão de permanência.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. 12. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1979.
Vocabulário
caibro s.m. elemento estrutural de um telhado, geralmente peças de madeira que se dispõem da cumeeira ao frechal, a intervalos regulares e paralelas umas às outras, em que se cruzam e assentam as ripas, frequentemente mais finas e compridas, e sobre as quais se apoiam e se encaixam as telhas
pérgula s. f. espécie de galeria coberta de barrotes espacejados assentados em pilares, geralmente guarnecida de trepadeiras
buganvília s.f. designação comum às plantas do gênero bougainvillea, trepadeira, muito cultivadas como ornamentais de flanco s. m. pela lateral
marco s. m. parte fixa que guarnece o vão de portas e janelas, e onde as folhas destas se encaixam, prendendo-se por meio de dobradiças
tapume s. m. cerca ou vala guarnecida de sebe que defende uma área; anteparo, geralmente de madeira, com que se veda a entrada numa área, numa construção lambri s. m. revestimento interno de parede, usado com fim decorativo ou para proteger contra frio, umidade ou barulho; feito de madeira, mármore, estuque, numa só peça ou composto por painéis, que vão até certa altura ou do chão ao teto (mais usado no plural)
caliça s.f. conjunto de resíduos de uma obra de alvenaria demolida ou em desmoronamento, formado por pó ou fragmentos dos materiais diversos do reboco (cal, argamassa ressequida) e de pedras, tijolos desfeitos
lote s. m. porção de terra autônoma que resulta de loteamento ou desmembramento; terreno de pequenas dimensões, urbano ou rural, que se destina a construções ou à pequena agricultura Fonte: HOUAISS, A. e Villar, M. de S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Elaborado no Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro.
Objetiva, 2009.
A ortoépia ocupa-se da boa pronunciação das palavras. A prosódia é a parte da fonética que tem por objeto a exata acentuação tônica das palavras.
Assinale a alternativa correta quanto à pronúncia indicada entre parênteses após cada palavra.
- Matemática | 4.1 Sequência e Progressão Aritmética
As medidas, em metro, dos comprimentos dos lados de um triângulo formam uma progressão aritmética cuja razão é igual a 1. Se a medida de um dos ângulos internos deste triângulo é 120°, então, seu perímetro é
- Física | 2.7 Impulso e Quantidade de Movimento
Muitas pessoas ainda se espantam com o fato de um passageiro sair ileso de um acidente de carro enquanto o veículo onde estava teve perda total. Essas pessoas talvez considerem, equivocadamente, que os carros mais seguros são os que têm as estruturas mais rígidas, ou seja, estruturas, que durante uma colisão, apresentam menor deformação. Na verdade, o que ocorre é o contrário. Por isso, a partir de 1958, passaram a ser produzidos carros com partes que se deformam facilmente.
DAY, C. Crumple Zones. Disponível em: https://pubs.aip.org. Acesso em: 2 jul. 2024 (adaptado).
Assim, além dos cintos de segurança e dos airbags, os carros modernos passaram a contar com o dispositivo de segurança conhecido como crumple zone (região deformável, em inglês), conforme a figura.
Considerando o carro, seus ocupantes e o muro da figura como um sistema isolado, o crumple zone aumenta a segurança dos passageiros porque, durante uma colisão, a deformação da estrutura do carro
- Geografia | 3.7 Impactos Ambientais
“Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós” (Al Gore, senador e vicepresidente dos EUA, 1989). “O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia” (François Mitterrand, presidente da França, 1989). “O Brasil deve delegar parte dos seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes” (Mikhail Gorbachev, presidente da URSS, 1992).
(Citados por BECKER, B. K. Por que não perderemos a soberania sobre a Amazônia? In: ALBUQUERQUE, E. S. (org.). Que país é esse? Pensando o Brasil contemporâneo. São Paulo: Globo, 2005, p. 257.)
Com base no enunciado e nos conhecimentos de geografia política e de meio ambiente, assinale a alternativa correta.
- Arte - Fundamental | 06.2. Movimento de arte moderna no brasil
O expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX , de indivíduos que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista.
O expressionismo plasmou-se num grande número de campos: arquitetura , artes plásticas , literatura , música , cinema , teatro , dança , fotografia , etc. A sua primeira manifestação foi no terreno da pintura, ao mesmo tempo que o fauvismo francês , fato que tornaria ambos movimentos artísticos nos primeiros expoentes das chamadas "vanguardas históricas ". Mais que um estilo com características próprias comuns foi um movimento heterogêneo, uma atitude e uma forma de entender a arte que aglutinou diversos artistas de tendências variadas e diferente formação e nível intelectual. Surgido como reação ao impressionismo , frente ao naturalismo e o caráter positivista deste movimento de finais do século XIX os expressionistas defendiam uma arte mais pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista –a "expressão"– frente à plasmação da realidade –a "impressão"–.
O expressionismo costuma ser entendido como a deformação da realidade para expressar mais subjetivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão dos sentimentos mais que à descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo é extrapolável a qualquer época e espaço geográfico. Assim, com frequência qualificou-se de expressionista a obra de diversos autores como Matthias Grünewald , Pieter Brueghel, o Velho , El Greco ou Francisco de Goya . Alguns historiadores , para distingui-lo, escrevem "expressionismo" –em minúsculas– como termo genérico e "Expressionismo" –em maiúsculas– para o movimento alemão. [1]
O Expressionismo distingue-se do Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas na sua apreensão pelo sujeito. Guarda, porém, com o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-"Romantismo " do mundo.
Com as suas cores violentas e a sua temática de solidão e de miséria , o expressionismo refletiu a amargura que invadia os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha pré-bélica, bem como da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do período entre-guerras (1918-1939). Essa amargura provocou um desejo veemente de transformar a vida, de buscar novas dimensões à imaginação e de renovar as linguagens artísticas. O expressionismo defendia a liberdade individual , a primazia da expressão subjetiva, o irracionalismo , o arrebatamento e os temas proibidos –o excitante, demoníaco, sexual, fantástico ou pervertido. Pretendeu refletir uma visão subjetiva, uma deformação emocional da realidade, através do caráter expressivo dos meios plásticos, que tomaram uma significação metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Entendido como uma genuína expressão da alma alemã, o seu caráter existencialista , o seu anseio metafísico e a visão trágica do ser humano no mundo fizeram reflexo de uma concepção existencial liberta ao mundo do espírito e à preocupação pela vida e pela morte, concepção que costuma qualificar-se de "nórdica " por se associar ao temperamento que é identificado com o estereótipo dos países do norte da Europa . Fiel reflexo das circunstâncias históricas em que se desenvolveu, o expressionismo revelou o lado pessimista da vida, a angustia existencial do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, se vê alienado, isolado. Assim, mediante a distorção da realidade visavam impactar o espectador e chegar ao seu lado mais emotivo.
O expressionismo não foi um movimento homogêneo, mas de uma grande diversidade estilística: houve um expressionismo modernista (Munch ), fauvista (Rouault ), cubista e futurista ( Die Brücke ), surrealista (Klee ), abstrato (Kandinsky ), etc. Embora o seu maior centro de difusão fosse na Alemanha, também foi percebido em outros artistas europeus (Modigliani , Chagall , Soutine , Permeke ) e americanos (Orozco , Rivera , Siqueiros , Portinari ). Na Alemanha organizou-se nomeadamente em torno de dois grupos: Die Brücke (fundado em 1905 ), e Der Blaue Reiter (fundado em 1911 ), embora houvesse artistas não adstritos a nenhum grupo. Depois da Primeira Guerra Mundial apareceu a chamada Nova Objetividade que, se bem que surgiu como recusa do individualismo expressionista defendendo um caráter mais social da arte, a sua distorção formal e o seu colorido intenso torna-nos herdeiros diretos da primeira geração expressionista.
http://euamoaarte.blogspot.com/2011/05/obras-do-expressionismo.html
Converse com os alunos sobre esse assunto e peça para enriquecer o debate com pesquisas feitas em livros, revistas e sites. Depois de pesquisado o tema, abra uma roda de discussão para que todos possam compartilhar o material pesquisado, e possam também apreciar as imagens de obras expressionistas que acharam. Faça um parêntese para expor os acontecimentos ocorridos na Alemanha desse período, para que a turma possa entender como a guerra e o sofrimento decorrente dela teve grande influência nas obras e no estilo expressionista.
Proponha aos alunos que realizem uma obra expressionista a partir de alguns fatos e acontecimentos dramáticos ocorridos em nosso próprio país. Eles podem buscar como fonte de inspiração os tele-jornais. Peça com antecedência que assistam aos jornais na TV e depois relatem as notícias que mais acharam dramáticas. Distribua papel canson tamanho A3 aos alunos, pincéis e tinta guache colorida para que possam pintar um tema inspirado nas notícias.
Depois dos trabalhos prontos monte um varal na sala de aula para expor as pinturas e peça aos alunos que todos observem os trabalhos e comentem o resultado.