Entesouramento e personagens como o Capitão Kidd, um corsário escocês a serviço do Reino Unido (que existiu de fato e viveu no século XVII), são de outros tempos. Mas parece ser de outro tempo também, ou se tornado distante, a ideia de que o movimento do capital busca, acima de tudo, se valorizar por meio do trabalho, no processo de produção. Se não é mais cabível o entesouramento nos moldes dos piratas, tampouco é aceitável acreditar que o capital busque ainda, fundamental e prioritariamente, sua reprodução por meio do trabalho industrial no processo de produção fabril.
(Sandra Lencioni. Metrópole, metropolização e regionalização, 2017. Adaptado.)
A forma contemporânea de reprodução do capital sugerida no excerto corresponde à lógica do chamado capitalismo
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- Professor, leia e analise com os alunos o texto a seguir.
Quando se é conivente com a indústria pirata, também se apoiam práticas trabalhistas ilícitas, irregulares, ilegais e até atos criminosos. Já pensou nisso? Por Marici Ferreira
[...] Se você já comprou, usou ou apoiou o mercado de produtos piratas, não vai se incomodar se nós o chamarmos de pirata, vai? Provavelmente não, mas deveria… Afinal, quando o chamamos de pirata, estamos comparando você a um membro do crime organizado. Aquele mesmo que se beneficia com todos os esquemas ilegais que a gente condena e acaba dizendo: “Eu pago meus impostos para conviver com esse nível de corrupção do país?!”
Sim, infelizmente, quando você é conivente com a indústria de produtos ilegais, você deveria conviver com toda a violência, insegurança de forma natural e sem reclamar, nem quando você ficar sabendo que pessoas foram prejudicadas por tomarem remédios falsificados, nem quando souber que uma senhora teve a saúde prejudicada pois usou uma prótese pirata, ou que um avião caiu porque a peça pirata usada nas turbinas falhou. Todas essas tragédias acontecem porque você acha que não tem problema [...]
E quando você acha que compra pirata para “ajudar o tiozinho do camelô” é como se você tivesse, no longo prazo, jogando esse trabalhador num buraco social ainda mais profundo. Daí não adianta falar em políticas sociais, direitos do trabalhador, igualdade, etc. Porque quando você é conivente com a indústria pirata você também apoia práticas trabalhistas ilícitas, irregulares, ilegais. Automaticamente você coloca uma porção de trabalhadores em condições péssimas de trabalho, porque você apoia atos criminosos…
Para se safar de um autoexame de consciência, você pode até dizer que o crime de pirataria não causa tanto impacto quanto o narcotráfico. Errado! [...] Para deixar o cenário bem real, números recentes mostram que a pirataria gera um rombo de mais de R$ 100 bilhões ao ano para os cofres públicos. Por exemplo, com R$ 1,5 bilhão daria para construir um hospital capaz de atender 450 pessoas por dia, 10 mil consultas especializadas e 1.300 cirurgias, por mês. Ao todo, seriam mais 2.700 atendimentos diários no Estado, 60 mil novas consultas e até 7.800 procedimentos cirúrgicos. Já parou para pensar nisso? Então veja que o impacto social negativo da pirataria é imenso. [...]
As pessoas admitem que consomem pirataria sem o menor constrangimento e esse é o maior vilão do combate ao comércio ilegal: a banalização da prática criminosa. É preciso ampliar o debate. [...] Mudar uma cultura de banalização do crime não é tarefa fácil e também não somos ingênuos de achar que será de uma hora para a outra. Mas o impossível sempre existe até que alguém se disponha a realizar. Vamos nessa? [...]
Disponível em: <http://www.consumoempauta.com.br/artigo-produtos-piratas-tem-impacto-social-negativo/>. Acesso em: 6 fev. 2017. (Fragmento)
- Elabore com os alunos um questionário, o PIRATÔMETRO, que funcionará como o impostômetro e o sonegômetro.
Sugestão de questionário: Idade: Sexo: Nível de ensino:
Você consome produtos piratas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes. Em caso afirmativo, quais produtos?
( ) CDs ( ) Bolsas ( ) Perfumes ( ) Brinquedos ( ) Relógios ( ) TV por assinatura
( ) DVDS ( ) Tênis ( ) Roupas ( ) Óculos ( ) Calçados ( ) Artigos esportivos
Outros:
Você conhece alguém que compra produtos piratas? ( ) Sim ( ) Não Em caso afirmativo, quais produtos?
( ) CDs ( ) Bolsas ( ) Perfumes ( ) Brinquedos ( ) Relógios ( ) TV por assinatura
( ) DVDS ( ) Tênis ( ) Roupas ( ) Óculos ( ) Calçados ( ) Artigos esportivos Outros:
Você concorda com o argumento "Pelos preços absurdos do mercado brasileiro, a saída é a compra de produtos piratas."? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes.
- Solicite aos alunos que:
- apliquem o questionário em pessoas conhecidas da comunidade. Cuidem para que não haja constrangimentos e a repetição de entrevistados. Os questionários não serão identificados com os nomes dos participantes da enquete.
- divulguem os resultados do PIRATÔMETRO – pessoas que compram, conhecem alguém que compra e aceitam a compra dos produtos piratas. Também apresentem os produtos piratas mais comprados e os números por faixa etária, sexo e nível de ensino. Esta enquete será uma amostragem reduzida do comportamento da comunidade.
- realizem uma campanha de conscientização da importância do pagamento de impostos e combate à pirataria. Devemos reivindicar valores mais justos e a aplicação correta dos impostos, mas não sonegá-los.
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Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa:
Entrevistador: – O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado as funções do Congresso?
Entrevistado: – Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente detalhista, com um número imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a fomentar interpretações e toda sorte de litígios. Também temos um sistema de jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme de agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer questões ao Supremo. É um leque considerável de interesses, de visões, que acaba causando a intervenção do STF nas mais diversas questões, nas mais diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano. Hoje, são analisados cinquenta mil, sessenta mil processos. É uma insanidade.
Veja, 15/06/2011.
(FUVEST 2012 1ª FASE) No trecho “dotadas da prerrogativa ou de competência”, a presença de artigo antes do primeiro substantivo e a sua ausência antes do segundo fazem que o sentido de cada um desses substantivos seja, respectivamente,