Explicaê

01

O morcego


Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.

Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:

Na bruta ardência orgânica da sede,

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

 

[5] “Vou mandar levantar outra parede ...”

— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho

E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,

Circularmente sobre a minha rede!

 

Pego de um pau. Esforços faço. Chego

[10] A tocá-lo. Minh’alma se concentra.

Que ventre produziu tão feio parto?!

 

A Consciência Humana é este morcego!

Por mais que a gente faça, à noite, ele entra

Imperceptivelmente em nosso quarto! 

Augusto dos Anjos. Internet: dominiopublico.gov.br.

 

No poema O morcego, Augusto dos Anjos retrata o morcego como uma criatura feia, que causa medo aos humanos; no entanto, o morcego é um exemplo da diversidade dos mamíferos e de sua especialização. Considerando esse poema bem como aspectos relacionados ao morcego e à evolução, julgue o item.

A estrutura óssea da asa do morcego é semelhante às do braço e da mão humanos, o que constitui uma evidência de que morcegos e seres humanos descendem de uma espécie ancestral comum.

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