Para crianças e adolescentes, e mesmo para adultos, a brincadeira se apresenta, não raro, como porta de entrada para a amizade. Entretanto, o significado do termo amizade não é tão óbvio quanto se possa imaginar. Vários filósofos já trataram do tema sob diversas perspectivas.
Um dos primeiros filósofos a desenvolver o conceito de amizade foi Aristóteles em sua obra Ética a Nicômaco. Para ele, a amizade se diferencia da benevolência porque exige reciprocidade e, ainda, o conhecimento de cada uma das partes de ser bem quista pela outra. A amizade pode ser motivada por (a) utilidade, (b) prazer e (c) desejo mútuo do bem. Entretanto, para Aristóteles, a verdadeira amizade, ou amizade perfeita, é motivada apenas pelo desejo mútuo do bem. De fato, de acordo com o tipo (c) de amizade, o homem bom se relaciona com seu amigo como se relaciona consigo mesmo. Aristóteles também defende que se deve agir em questões acerca do número de amizades, visando-se alcançar um meio-termo.
Immanuel Kant, no século XIX, também tratou da noção de amizade. Para ele, a amizade é uma união de duas pessoas por meio de amor e respeito recíprocos. O amor, segundo esse filósofo, leva alguém a perseguir os fins do outro, e o respeito lembra que é o outro quem deve determinar esses fins.
Tendo como referência as informações acima, relativas a conceitos de amizade propostos por Aristóteles e por Kant, julgue o item a seguir.
Da classificação de amizade de Aristóteles, infere-se que a noção de autofilia, ou seja, de amizade por si próprio, é exclusiva da forma (c) de amizade.