bem no fundo
[1] no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
[5] resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela − silêncio perpétuo
[10] extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
[15] problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas
Paulo Leminski Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
no fundo, no fundo,
bem lá no fundo, (v. 1-2)
Nesses versos iniciais do poema, a repetição de palavras e o emprego do vocábulo "bem" produzem um efeito de:
Questões relacionadas
- Filosofia | 5.2 Filosofia nos Séculos XX e XXI
TEXTO I
Os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ, M. A. (Org.). Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento).
TEXTO II
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu
o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência
do mundo sem a qual os símbolos da ciência não
poderiam dizer nada.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado).
Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva que ampara a
- Biologia | 3.3 Vitaminas
Leia o texto para responder à questão
Nos navios que partiam para terras distantes, mais da metade dos membros de sua tripulação morreria durante a viagem. Os adversários não eram nativos furiosos, navios inimigos ou saudades da terra natal, e sim uma enfermidade misteriosa. Os homens acometidos pela doença ficavam letárgicos e deprimidos, e suas gengivas e outros tecidos moles sangravam. À medida que a doença avançava, seus dentes caíam, surgiam feridas abertas, e eles ficavam febris, amarelados e perdiam o controle dos membros. Estima-se que, entre os séculos XVI e XVIII, 2 milhões de marinheiros morreram por causa da doença. A situação mudou em 1947, quando um médico britânico, James Lind, realizou um experimento controlado em marinheiros que sofriam da doença. Ele os separou em grupos e deu a cada grupo um tratamento diferente. Um dos grupos de teste foi instruído a ingerir frutas cítricas, que fizeram com que os pacientes se recuperassem rapidamente.
(Yuval Noah Harari. Sapiens – Uma breve história da humanidade, 2017. Adaptado.)
O texto faz referência a problemas que surgem no corpo humano quando há deficiência de:
- Língua Portuguesa | D. Regência
Assinale a alternativa que contém um complemento verbal pleonástico.
- Inglês - Fundamental | Não Possui Tópico Definido
Read the text and answer question.
Golden Girl
"I can't wait to step out of winter and add some color to my wardrobe! The yellow high-waisted shorts are so cute and colorful. Denim jackets are also a spring break must-have because they look good with any outfit. Also, layers of jewelry are a fun way to make a statement with your outfit and show your personality. The red bag gives the outfit another pop of color, while the black shirt brings the look together." — Natalie Available at: http://www.seventeen.com/fashion/tips/style-council-spring-outfits#slide-2. Accessed on 24th 2012.
Natalie is talking to a fashion magazine about her favorite clothes and colors for next season. The following sentences are false according to the text. Correct them.
- 1. Natalie is waiting for the summer.
___________________________________________________________________
- 2. She is wearing red shorts next season.
___________________________________________________________________
- 3. She is wearing a jacket with a red shirt.
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- Língua Portuguesa | 1.07 Coesão Textual
O tempo em que o mundo tinha a nossa idade
Nesse entretempo, ele nos chamava para escutarmos seus imprevistos improvisos. As estórias
dele faziam o nosso lugarzinho crescer até ficar maior que o mundo. Nenhuma narração tinha fim, o
sono lhe apagava a boca antes do desfecho. Éramos nós que recolhíamos seu corpo dorminhoso.
Não lhe deitávamos dentro da casa: ele sempre recusara cama feita. Seu conceito era que a morte
[5] nos apanha deitados sobre a moleza de uma esteira. Leito dele era o puro chão, lugar onde a
chuva também gosta de deitar. Nós simplesmente lhe encostávamos na parede da casa. Ali ficava
até de manhã. Lhe encontrávamos coberto de formigas. Parece que os insectos gostavam do suor
docicado do velho Taímo. Ele nem sentia o corrupio do formigueiro em sua pele.
- Chiças: transpiro mais que palmeira!
[10] Proferia tontices enquanto ia acordando. Nós lhe sacudíamos os infatigáveis bichos. Taímo nos
sacudia a nós, incomodado por lhe dedicarmos cuidados.
Meu pai sofria de sonhos, saía pela noite de olhos transabertos. Como dormia fora, nem dávamos
conta. Minha mãe, manhã seguinte, é que nos convocava:
- Venham: papá teve um sonho!
[15] E nos juntávamos, todos completos, para escutar as verdades que lhe tinham sido reveladas.
Taímo recebia notícia do futuro por via dos antepassados. Dizia tantas previsões que nem havia
tempo de provar nenhuma. Eu me perguntava sobre a verdade daquelas visões do velho,
estorinhador como ele era.
- Nem duvidem, avisava mamã, suspeitando-nos.
[20] E assim seguia nossa criancice, tempos afora. Nesses anos ainda tudo tinha sentido: a razão
deste mundo estava num outro mundo inexplicável. Os mais velhos faziam a ponte entre esses
dois mundos. (...)
Mia Couto Terra sonâmbula. São Paulo, Cia das Letras, 2007.
A escrita literária de Mia Couto explora diversas camadas da linguagem: vocabulário, construções sintáticas, sonoridade.
O exemplo em que ocorre claramente exploração da sonoridade das palavras é: