Explicaê

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TEXTO

 

antipoema

 

é preciso rasurar o cânone

distorcer as regras

as rimas

as métricas

 

o padrão

a norma que prende a língua

 

os milionários que se beneficiam do nosso silêncio

 

do medo de se dizer poeta,

 

só assim será livre a palavra.

(Ma Njanu é idealizadora do “Clube de Leitoras” na periferia de Fortaleza e da “Pretarau, Sarau das Pretas”, coletivo de artistas negras. Disponível em http://recantodasletras.com.br/poesias/6903974. Acessado em 20/05/2020.)

 

TEXTO

 

“O povo não é estúpido quando diz ‘vou na escola’, ‘me deixe’, ‘carneirada’, ‘mapear’, ‘farra’, ‘vagão’, ‘futebol’. É antes inteligentíssimo nessa aparente ignorância porque, sofrendo as influências da terra, do clima, das ligações e contatos com outras raças, das necessidades do momento e de adaptação, e da pronúncia, do caráter, da psicologia racial, modifica aos poucos uma língua que já não lhe serve de expressão porque não expressa ou sofre essas influências e a transformará afinal numa outra língua que se adapta a essas influências.”

(Carta de Mário a Drummond, 18 de fevereiro de 1925, em Lélia Coelho Frota, Carlos e Mário: correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2002, p. 101.)

 

Apesar de passados quase 100 anos, a carta de Mário de Andrade ecoa no poema de Ma Njanu.


Ambos os textos manifestam

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