01
Texto base: Esperança Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA... QUINTANA, Mário. Nova Antologia Poética. São Paulo: Editora Globo, 1998. p. 118.
Enunciado:
- a) O texto poético se constrói com base em três níveis: o sonoro, o sintático e o semântico. A articulação desses elementos contribui para a criação de efeitos de sentido muitas vezes inusitados. No contexto do poema, o que seria o décimo segundo andar?
- b) Há duas palavras grafadas com o sufixo diminutivo, mas esse recurso imprime ao texto valores semânticos diferentes. Quais são eles?
- c) As escolhas vocabulares, a combinação das palavras ea forma de organizá-las constituem o modo de dizer que é tão importante quanto aquilo que se diz. Qual é a intencionalidade do poeta em grafar a palavra “esperança” separada em sílabas?