Explicaê

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"MÁQUINA" DO FUTURO

        Cientistas contam como alguns aparelhinhos podem ajudar nosso cérebro daqui a uns 15 anos

 

JORDANA VIOTTO

 

          Imagine uma conversa entre você, um norte-americano, um japonês e um finlandês em que todos se entendem, mesmo sem um ter estudado o idioma do outro. Até parece coisa de filme de ficção científica, mas é mais ou menos isso o que os cientistas imaginam que vai ocorrer num futuro nada distante: talvez em 15 anos. Eles estão desenvolvendo equipamentos (como se fossem fones de ouvido sem fio) que vão permitir uma "tradução automática": se você colocar o aparelhinho na orelha, poderá ouvir o norte-americano, o japonês e o finlandês em português!

          Esse é um exemplo do que os cientistas estão fazendo para aumentar a capacidade do cérebro. "Por isso estão fazendo pesquisas para ligar aos computadores essa 'teia' que é nosso cérebro", diz Jairo Werner, professor de neuropsiquiatria infantil da Universidade Federal Fluminense.

            Existem projetos até para aumentar a nossa memória. Mas alguns cientistas torcem o nariz para esse tipo de invenção. "Aprender e lembrar são importantes para que a gente se desenvolva", conta Benito Damasceno, da Unicamp. Os defensores dos animais também não gostam dessas pesquisas que usam ratos, macacos e besouros. De qualquer maneira, fique por dentro do que os cientistas dizem que vem por aí. Confira abaixo.

  

           VIAGEM VIRTUAL

            Você está na sala de aula, mas se vê no meio da floresta amazônica. Basta colocar uns óculos. Não é mágica, mas tecnologia. No futuro, os cientistas dizem que nós poderemos ter vários aparelhos "periféricos", como lentes de contato que permitam que alguém se veja em outro lugar. (...)

  

            DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

            Cada vez que aprendemos algo novo, é como se instalássemos mais um software no nosso computador (o cérebro) e ele pudesse fazer mais coisas. Por isso o seu cérebro é diferente do cérebro do seu avô quando era criança, que recebia muito menos informação. E será diferente do cérebro no futuro. Quanto mais informações ele recebe, mais aumenta sua capacidade. Isso não significa que nossa cabeça cresça sempre que aprendemos alguma coisa. Nossa cabeça aumenta de tamanho acompanhando o crescimento do nosso corpo.

 

             FORÇA DO PENSAMENTO

              Nada de mouse ou teclado: no futuro, pode ser que você consiga navegar na internet apenas com a força do pensamento. Hoje, já existem estudos em que fios fixados na cabeça de macacos são conectados a um braço de robô. Os animais conseguem mexer esse braço robótico apenas com o pensamento.

 

             MÉMORIA EXTRA

              Alguns cientistas se arriscam a dizer que seria possível até mesmo contar com memória extra no futuro. Ela viria numa espécie de "pen drive", que acoplaríamos à nossa cabeça para acessar determinadas informações. Por exemplo, você acessaria essa memória extra para aprender a operar uma máquina ou para fazer operações matemáticas como em uma calculadora. Será que ela guardaria a tabuada?

  

             COM CHIP?

              Sabe quando você tem vontade de ser uma mosquinha para ouvir uma conversa? Pois é, o governo norte-americano está estudando um jeito de colocar chips em besouros. É para controlar esses animais, colocando neles câmeras e microfones (...).

  

             Como uma teia de aranha

              O cérebro é como uma teia de aranha, que é bem pequena quando nascemos e vai sendo construída ao longo de nossa vida. Os "fios" dessa teia são células nervosas chamadas "neurônios".

              Toda vez que temos uma experiência nova - ouvir uma música, jogar futebol ou aprender uma palavra diferente -, criamos outras ligações entre os neurônios. Assim, o cérebro ganha novas capacidades. Quanto mais aprendemos, ouvimos, comemos, cheiramos e sentimos, mais "poderoso" o nosso cérebro fica.

 

Fontes: Benito Damasceno, vice-chefe do departamento de neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas; Ésper Cavalheiro, professor do laboratório de neurologia experimental da Universidade Federal de São Paulo; Jairo Werner, professor-coordenador de neuropsiquiatria infantil da Universidade Federal Fluminense; João Antonio Zuffo, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo.


EXPLIQUE algumas frases e expressões usadas no texto, de acordo com o contexto:

 

a) “Mas alguns cientistas torcem o nariz para esse tipo de invenção.”

 

b) “Quanto mais aprendemos, ouvimos, comemos, cheiramos e sentimos, mais "poderoso" o nosso cérebro fica.”