Explicaê

01

A bela orgulhosa ia pela calçada quando parou perto um automóvel de luxo. A orgulhosa estremeceu ante o esplendor e a autoridade da carruagem.

Laca azul da carroceria, cauda de peixe, brilho nos metais, grandes pneus raiados de branco. Um jovem atrás dos vidros. Olhar verde do jovem e luz dos holofotes, qual o mais forte?

A bela sonhava uma fuga ao país das maravilhas.

Ela e o automóvel se medem por instantes. A bela amolece. E com vagarosa delícia entrega-se ao automóvel que a engole e foge com ela em disparada.

Populares recebem no rosto a fumaça da descarga. Sentem inveja, sentem raiva. Mas se conformam.

Horas depois, o mesmo carro fazendo gemer a buzina, passa devagar, espreitando calçadas, roncando, querendo mais...

– Você viu só, Manuel? Que danado, hein?

MACHADO, Aníbal Monteiro. João Ternura. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968. Fragmento.

Ao descrever o automóvel, o narrador emprega um recurso expressivo denominando



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