Existe sempre um conceito por trás do que faço, só que nem sempre a montagem se completa. Os conceitos se escondem no subconsciente. Ziguezagues que atordoam.
Quando o xadrez funciona, o conceito é formado por encaixes eliminando a importância exagerada que poderia ser dada a certas fotos mais formais.
[5] Não são acasos felizes, pois, desde o começo de um projeto, uma ideia já existe; apenas ela é flexível e se deixa impregnar pela existência das pessoas fotografadas. O interessante é fazer a matéria externa vibrar em toda sua força de maneira que seja espelho de minhas intenções, sem deixar de ser espelho da vida. CORAÇÃO ESPELHO DA CARNE.
Edward Weston diz nos “Notebooks” que “a câmera deve ser usada para documentar a vida”. Documentar [10] no sentido íntegro, não o bater chapa automático de algum acontecimento mais importante histórico ou socialmente, porém o documento de vida. Diria que revelar essa vida, essa força, é o essencial, pois de qualquer forma documento sempre será a foto tomada. Ele continua:
“rendendo a verdadeira substância da coisa em si, seja ela aço polido ou carne palpitante”.
MIGUEL RIO BRANCO (fotógrafo) Notes on the tides. Rio de Janeiro: Sol Gráfica , 2006.
O texto apresenta algumas figuras de estilo, como, por exemplo, a metáfora.
O par de vocábulos com emprego metafórico está indicado em: