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Leia o poema. Vidência Eu vi uma velha, um velho e vi um menino.
E sobre as mãos e o colo da anciã
Eu vi a renda, a agulha, o bilro e a lã
Com que tecia as malhas do Destino. Eu vi uma velha, e vi um menino e um velho.
E o quase cego olhar desse ancião
Tentava achar em nosso coração
Vestígio ao menos de seu Evangelho. Eu vi um menino, um velho e vi uma velha.
E esse menino me arrastava a ela.
E a luz do velho se fechava em breus. Chama-se Tempo esse menino forte.
E a costureira, pois, chama-se Morte.
E o velho cego, então, chama-se Deus. Paulo César Pinheiro, Viola Morena.
Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1984, p. 33.
No último terceto, temos as palavras Tempo e Morte, com letras iniciais maiúsculas porque