Fazendeiro de cana Minha terra tem palmeiras? Não. Minha terra tem engenhocas de rapadura e cachaça e açúcar marrom, tiquinho, para o gasto. [...] Tem cana caiana e cana crioula, cana-pitu, cana rajada, cana-do-governo e muitas outras canas de garapas, e bagaço para os porcos em assembleia grunhidora diante da moenda movida gravemente pela junta de bois de sólida tristeza e resignação. As fazendas misturam dor e consolo em caldo verde-garrafa e sessenta mil-réis de imposto fazendeiro. DRUMMOND, Carlos Drummond de. Boitempo. vol. 02. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.
Para que um texto ganhe significado, é necessário que nele existam pistas sobre o pacto de leitura que o autor propõe ao leitor. A construção dos efeitos de sentido do poema “Fazendeiro de cana” depende que o leitor perceba a